(Des)Entrevista: Buscando o Tropicalismo na música do Maestro Sujo

Em mais uma (Des)Entrevista, nossa colaboradora Marília Souza conversa com Maestro Sujo e o Sanatório Gothan sobre suas influências tropicalistas.

Entrevista realizada da Bahia, onde se frutificou o movimento Tropicália, diretamente ao artista Maestro Sujo de Viamão no Rio Grande do Sul. O experimentalismo na música de Maestro é tão presente quanto à utopia do tropicalismo. A música, a arte e a moda se transformaram junto com o movimento. Se há expressividade pulsante na sua plasticidade sonora;há nas artes visuais, nas capas de álbuns, na moda que se veste no mesmo ritmo.

Studio na Colab55

MS.D: A irreverência do tropicalismo é marcante culturalmente. Como você sente e percebe a importância do álbum manifesto: Tropicália ou Panis et Circenses (Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Nara Leão, Tom Zé e Os Mutantes) para o seu trabalho musical?

– A liberdade musical, a atitude contestadora, a mistura de gêneros musicais, a junção disso tudo nesse álbum maravilhoso com certeza influenciou e influencia até hoje os discos do Maestro Sujo e o Sanatório Gotham. Para o grande publico a mistura de sons é algo complicado de se digerir…

Mas a Tropicália com esse disco manifesto abriu os olhos de muita gente pra beleza do experimentalismo.

MS.D: Maestro Sujo, ao ouvir a canção da música do seu segundo álbum: Ordens por Aqui  do EP Estereocaos, de 2015, logo me lembro da música é Proibido Proibir de Caetano Veloso. É possível interpretar o refrão “Que não há mais ordens por aqui/ Não há mais ordens” por aqui fazendo uma analogia as ideias tropicalistas?

– Com certeza, a analogia é correta, os artistas com trabalhos mais experimentais sempre estão em conflito com a censura, e não digo só de uma censura do governo, mas de uma censura das pessoas em geral, que sempre estão tentando impor o que é certo ou errado, padrões e comportamentos. O resultado das eleições mostra bem isso, esse conservadorismo, essa busca por “ordem”, e nós artistas temos o dever de lutar contra esse autoritarismo.

MS.D: Este ano vai completar um ano do lançamento do seu clipe em maio 2018. O vídeo/clipe Carnificina que transmite a mensagem da última música do disco, Experimentos do Fim do Mundo, está repleto de simbolismo lúdico, imagens subjetivas que nos remete ao universo psicodélico dos sons. Maestro, como foi à elaboração desse vídeo/clipe e como está o planejamento e a expectativa para os próximos lançamentos?

-Esse clipe foi dirigido pelo nosso amigo Felipe Quinto Busanello. Apresentei a ideia pra ele, a banda toda foi trazendo mais ideias durante a gravação, é um clipe filmado de trás pra frente, num take só, como se fosse um sonho, por isso se tornou naturalmente psicodélico.

E já estamos gravando nosso quarto disco, deve ser lançado no primeiro semestre de 2019. É nosso disco mais politizado, voltamos a gravar como um trio, então está bem interessante esse processo de gravação. Aguardem que vem coisa boa.

Acompanhe Maestro Sujo e o Sanatório Gothan em seus perfis no Youtube, FacebookInstagramTNB e Soundcloud.

Acompanhem a coluna (Des)Entrevista aqui no NA-NU

 

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