Apresentamos aqui os principais personagens presentes na história de David Bowie. Na 5ª e última parte da série de posts, Rainbowman, Pierrot e Button Eyes.
Essa é a quarta parte dessa série de posts, veja a primeira parte sobre Major Tom, a segunda sobre Ziggy Stardust, a terceira sobre Halloween Jack e o mundo futurista de Hunger City e a quarta parte sobre o sinistro Duque magro e pálido
Rainbowman da banda Hype
Pouco depois do sucesso de Space Oddity, David Bowie criou em 1970, ao lado de Mick Ronson, Tony Visconti, John Cambridge, Mick ‘Woody’ Woodmansey e Benny Marshall a banda The Hype. A banda é creditada como uma das principais influências do glam rock dos anos 70. Já experimentando com a criação de personas, David Bowie assumiu o codinome de Rainbowman, o homem arco-íris, guitarrista e vocalista do Hype. Outros músicos da banda também assumiram personagens como Gangsterman, Hyperman e Cowboyman. Rainbowman não é um personagem tão complexo como Major Tom, ou tão performático quanto Ziggy Stardust, mas é uma espécie de elo perdido entre os dois. Não seria a última vez que Bowie usaria um “codinome”, em seu projeto Tin Machine, que durou de 1989 a 1991, Bowie assinou como Jones, na verdade, seu verdadeiro sobrenome.
Pierrot
O Pierrot ou Palhaço Azul aparece no videoclipe de Ashes to Ashes e na capa do álbum Scary Monsters (and Super Creeps) de 1980. A fantasia foi criada por Natasha Korniloff.
No clipe de Ashes to Ashes vemos o Pierrot e Major Tom como alter-egos de David Bowie em um mundo psicodélico, desértico e alienígena, enquanto o artista está preso em um quarto de paredes acolchoadas, como de um manicômio.
Mais tarde, Bowie declararia sobre a personagem “Eu sou o Pierrot. Eu sou o homem comum. O que eu estou fazendo é teatro. O que você vê no palco não é algo sinistro. É puramente como um palhaço. Eu estou usando a mim mesmo como uma tela, tentando pintar a verdade do tempo.”
Button Eyes
Button Eyes (olhos de botão) é um dos últimos personagens marcantes da carreira de David Bowie apresentado no álbum Blackstar. Button Eyes usa uma venda nos olhos, com botões costurados sobre cada um. A venda nos olhes era usada, historicamente, por pessoas condenadas à execução. No vídeo oficial da música Lazarus, dirigido por Johan Renck, Button Eyes aparece deitado em seu leito de morte. O vídeo termina com Bowie entrando em um guarda-roupa escuro. Nas cenas com o guarda-roupa, Bowie está vestindo um traje com listras diagonais referenciando a contracapa do álbum de relançamento de Station to Station, originalmente de 1976, de 1991.
No videoclipe de Blackstar, Bowie retrata sua relação com a morte através de três personagens distintos: o introvertido, atormentado, moribundo e cego Button Eyes, o Trapaceiro Extravagante, no meio da canção, e o Homem Sacerdote segurando o livro com o símbolo “★” em relevo. O processo de filmagem foi altamente colaborativo, com Bowie fazendo muitas sugestões e enviando desenhos para Renck de ideias que ele queria incorporar.
Button Eyes, o Trapaceiro Extravagante e o Homem Sacerdote foram as últimas personagens de Bowie e representavam os estágios de sua contemplação da morte. Bowie fora diagnosticado com câncer no fígado em 2014 e veio a falecer em 2016, pouco depois do lançamento do álbum Blackstar.
Abaixo, um excelente episódio da série para o youtube, Poliphonic (legendado em português por Jr Menezes) sobre como Bowie e Leonard Cohen encararam o tema ‘mortalidade’ em seus últimos trabalhos.
Confira também tudo que já falamos sobre esse grande ícone que é David Bowie aqui no NA-NU.
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