Ningyos – A rica história e valor cultural dos bonecos japoneses

Ningyos, os bonecos japoneses com rico significado cultural no Japão, associados a tradições budistas, xintoístas e festivais.

A história dos Ningyos no Japão remonta a séculos. O significado da palavra Ningyo é “forma humana”: nin (humano, gente) e gyo (forma). Embora seja difícil determinar a data exata em que começaram a ser feitos, os bonecos são parte integrante da cultura japonesa há muito tempo. Sendo os artefatos mais antigos conhecidos datando do período Jomon (10.000–300 aC). No entanto, o conceito mais moderno de Ningyos, especialmente aqueles feitos de materiais como madeira, argila ou porcelana, começou a evoluir durante o período Edo (1603-1868). Durante este período, houve uma ênfase crescente no artesanato e na expressão artística, levando ao desenvolvimento de várias formas de artes tradicionais japonesas, incluindo a fabricação de bonecas.

Gosho ningyo com cavalo – Era Taisho (1912 – 1926) – Representam a infância e servem como um convite à apreciação da inocência. Foto Por Fernanda Penha/Fotografa NA-NU
Gosho ningyo com cavalo – Foto Por Fernanda Penha/Fotografa NA-NU – exposição O Mundo Mágico dos Ningyos no MON (Museu Oscar Niemeyer)

Os Ningyos também estão associados a tradições budistas, xintoístas e eventos culturais no Japão. Nas práticas budistas, os Ningyos podem ser usados em cerimônias como serviços memoriais para entes queridos falecidos. Os bonecos podem representar os espíritos dos falecidos e geralmente são incluídas como parte do altar ou santuário durante esses rituais. Durante o Festival Bon, um evento budista no Japão para homenagear os espíritos dos ancestrais, os Ningyos podem ser exibidos em altares familiares ou em danças cerimoniais. Já no Xintoísmo, os Ningyos podem ser usados como oferendas ou representações de divindades durante cerimônias e festivais realizados em santuários xintoístas. Estes bonecos tradicionais japoneses também desempenham um importante papel em rituais de infância, como a cerimônia Shichi-Go-San, que celebra o crescimento das crianças aos três, cinco e sete anos. Ou em festivais sazonais, como o Hanami Matsuri (Festival da Flor de Cerejeira) ou o Hina Matsuri (Festival das Bonecas, também conhecido como Dia das Meninas) comemorado no Japão no dia 3 de março. Esse festival celebra a felicidade e o bem-estar das meninas no Japão. Exibições especiais de bonecos ornamentais representando a corte imperial, chamados de Hina, são montados nas residências. Acredita-se que essas bonecas, junto com outras decorações, afastam os maus espíritos e trazem boa sorte para as meninas da casa.

KyobinaEra Edo (1603-1867) Foto Por Fernanda Penha/Fotografa NA-NU
MushaSamurai – Durante o festival do Dia dos Meninos (Tango-no-sekku ou Gogatsu-no-sekku) são expostos bonecos de guerreiros samurais. Considera-se que durante o festival os bonecos servem de abrigo aos espiritos de guerreiros do passado – Foto Por Fernanda Penha/Fotografa NA-NU
Gofuku-no-inori gosho – Foto Por Fernanda Penha/Fotografa NA-NU – exposição O Mundo Mágico dos Ningyos no MON (Museu Oscar Niemeyer)
Sishi – Era Showa (1926 – 1989) – Foto Por Fernanda Penha/Fotografa NA-NU – exposição O Mundo Mágico dos Ningyos no MON (Museu Oscar Niemeyer)
GoshoSamurai com bandeira de clã – Era Meiji (1867 – 1912) – Foto Por Fernanda Penha/Fotografa NA-NU – exposição O Mundo Mágico dos Ningyos no MON (Museu Oscar Niemeyer)
Imperatriz – Era Meiji (1867 – 1912) – Foto Por Fernanda Penha/Fotografa NA-NU – exposição O Mundo Mágico dos Ningyos no MON (Museu Oscar Niemeyer)
Gosho – Era Taisho (1912 – 1926) – Foto Por Fernanda Penha/Fotografa NA-NU
Bonecos da era Meiji (1867 – 1912) – Foto Por Fernanda Penha/Fotografa NA-NU
Gonin-BayashiMúsico – Era Showa (1926 – 1989) – Foto Por Fernanda Penha/Fotografa NA-NU
MushaRonin – Era Edo (1603 – 1867) – Foto Por Fernanda Penha/Fotografa NA-NU
MushaSamurai na Liça – Foto Por Fernanda Penha/Fotografa NA-NU – exposição O Mundo Mágico dos Ningyos no MON (Museu Oscar Niemeyer)
Kyobina – Foto Por Fernanda Penha/Fotografa NA-NU – exposição O Mundo Mágico dos Ningyos no MON (Museu Oscar Niemeyer)
Kyobina – Foto Por Fernanda Penha/Fotografa NA-NU – exposição O Mundo Mágico dos Ningyos no MON (Museu Oscar Niemeyer)
Kyobina – Foto Por Fernanda Penha/Fotografa NA-NU – exposição O Mundo Mágico dos Ningyos no MON (Museu Oscar Niemeyer)
MushaSamurai – Era Meiji (1867 – 1912) – Era Taisho (1912 – 1926) – Foto Por Fernanda Penha/Fotografa NA-NU

Studio na Colab55

Sacerdotisa xintoísta – Dada como presente no dia Dia das Meninas desejando proteção ou uma vida religiosa – Foto Por Fernanda Penha/Fotografa NA-NU
Kyobina – Foto Por Fernanda Penha/Fotografa NA-NU – exposição O Mundo Mágico dos Ningyos no MON (Museu Oscar Niemeyer)

Em Curitiba, no MON (Museu Oscar Niemeyer), a exposição permanente O Mundo Mágico dos Ningyos apresenta ao público uma coleção extraordinária de bonecos japoneses. Os bonecos fazem parte do riquíssimo acervo de arte asiática do museu formado por mais de três mil peças. Parte desse acervo também compõe a exposição Ásia: a Terra, os Homens, os Deuses, sobre a qual a gente já falou aqui no NA-NU.

Hina –  Um mês antes do festival Hina- Matsuri (Dia das Meninas), comemorado dia 3 de março no Japão, as bonecas Hina são expostas pelas famílias em um altar vermelho em forma de escada – Foto Por Fernanda Penha/Fotografa NA-NU
Foto Por Fernanda Penha/Fotografa NA-NU – exposição O Mundo Mágico dos Ningyos no MON (Museu Oscar Niemeyer)

A produção de Ningyos continuou a evoluir ao longo dos séculos, influenciada por mudanças culturais, avanços tecnológicos e tendências artísticas em mudança. Hoje, os Ningyos continuam a ser um aspecto importante da cultura japonesa, apreciados pelo seu artesanato, significado cultural e papel em várias tradições e cerimónias.

Haihai gosho – Foto Por Fernanda Penha/Fotografa NA-NU – exposição O Mundo Mágico dos Ningyos no MON (Museu Oscar Niemeyer)
Gofuku-no-inori gosho – Era Showa (1926 – 1989) – Foto Por Fernanda Penha/Fotografa NA-NU – exposição O Mundo Mágico dos Ningyos no MON (Museu Oscar Niemeyer)

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