Dying Light – Game de mundo aberto em uma cidade infestada de zumbis

Você recebeu um convite para (re)visitar Harran. Descubra os segredos do mediterrâneo e, de quebra, dizime hordas de zumbis pelas ruas em Dying Light.

Oh, Harran, como não sentir falta de suas vielas estreitas, de seu universo parado no tempo, de suas narrativas ocultas em casas abandonadas? Talvez nenhuma cidade tenha sido tão bem cuidada quanto você, Harran; tão viva e ao mesmo tempo sinônimo de morte. Oh, Harran, como não sentir falta de ti?!

Studio na Colab55

Dying Light é um jogo de mundo aberto em primeira pessoa com elementos ótimos de tudo o que existe (assim, não caímos na mesmice das sobre-explanações técnicas, que tal?!), e, com tudo isso, forma-se um jogo cuja diversão é inquestionável. Sério, num jogo onde se movimentar e lutar são os principais elementos de jogabilidade, se o movimento e as mecânicas de batalha são perfeitas, como esse jogo não é perfeito?! Deixo no ar…

É inegável o quão bem cuidado é o setting do jogo. Cada quartinho que você entra parece ter sido minuciosamente criado, tomando cuidado pra suprir qualquer questionamento sobre sua verossimilhança. Que benção! (aproveito pra lamentar a qualidade das prints também!)

Certo, então. Mundo aberto. Zumbis. Dying Light é isso, mas isso da melhor maneira possível. Estas duas coisas remetem a: combate e movimentação; e, como já disse, Dying Light simplesmente é perfeito nisso. E, o melhor, estas duas habilidades sofrem mudanças absurdas no decorrer do jogo, uma evolução tão satisfatória que te deixa esperançoso na ocorrência de um eventual apocalipse zumbi: eu posso não estar preparado agora, mas isso é questão de tempo! Além destas duas, também temos uma terceira habilidade, a de Survival, que te permite variadas coisas, como, por exemplo, utilizar armadilhas espalhadas por Harran; apesar de não tão empolgante quanto as duas outras, esta também eventualmente começa a te colocar beeem acima da população atual de Harran: os infectados.

No começo você dificilmente verá isso (até porque é difícil sair cortando cabeças com facas de cozinha), mas, prepare-se, evolua, e eventualmente você saíra cortando tudo ao meio, dando-lhe sentimentos orgásticos meio a câmeras-lentas — Oh, Harran, como não sentir tua falta?!

Então, seja aprendendo a usar o grappling hook, atravessando Harran como o herói aracnídeo; seja aprendendo a dar voadora com os dois pés, inspirado por um poder VERMELHO zangiefiano; Dying Light vai te apresentar as várias ferramentas para sobreviver o zombie apocalypse da maneira mais satisfatória possível.

Mas vamos para um pouco com a carnificina, com o correr sobre telhados e subimento de paredes, vamos pensar um pouco na cidade, no cenário que você começará a conhecer cada cantinho. Sim, é de Harran que estou falando . . . Esta pérola de vibe meio “turca” que, em ascensão, recebe um evento de jogos esportivos e sofre com uma invasão turista; uma cidade que sofre os poderes da globalização, sem estar realmente preparada pra isso (parece que já vi coisa parecida, mas não vamos entrar nesse mérito…). Com dois “mapas”, Harran é dividida numa área pobre, uma favela quase que brasileiríssima e uma área mais rica, que mescla ocidente e oriente: uma arquitetura um tanto quanto que mediterrânea com shoppings e a presença de locais reservados aos jogos desportivos que tomarão parte na cidade, com seu ar de “padrão FIFA”, mas só ar. Esta é Harran, mas o que acontece em Harran?

Em resumo, Harran foi vítima de uma infecção e nos deu o cenário para um apocalipse zumbi. De forma mais detalhada, jogar o jogo é o mais indicado. Mas calma, calma! É baaaasicamente isso mesmo, o resto se desenrola no jogo, de maneira não muito empolgante, mas desenrola; há umas teorias de conspiração e tudo mais, intrigas internacionais, etc. Mas nada disso realmente é tão interessante quanto cortar zumbis ao meio. Sendo bem sincero, a narrativa “visual”, que apontei antes, é, pra mim, muito mais interessante que a narrativa principal; andar num apartamento abandonado, pensando em como receberam a notícia, em como tentaram fugir dali, em como pensaram em lidar com o apocalipse, é muito mais interessante — é nessa história subjetiva, oculta, que está o grande chamativo; é nesse setting.

As missões secundárias também são bastante divertidas, com personagens muito mais carismáticos que os principais (Crane, o protagonista, possui seus pontos fortes, suas boas falas, mas é um personagem bem genérico, assim como os outros principais). De forma geral, eu diria que o ponto mais fraco de Dying Light é sua história; ao mesmo tempo que digo que seu setting, sua história oculta, é um dos pontos mais positivos.

Mas tudo que você passa em Harran será bem recompensado, valerá a pena. Conforme progride, você vai aumentando seu leque de formas de matar e abusar dos seres impensantes que infestam a cidade, eventualmente matando os mais fortes deles com um tiro bem dado, uma armadilha bem ativada. Um sistema de progressão maravilhoso; suas horas em Dying Light dificilmente serão monótonas, sem novidades, então aproveite pra descobrir tudo, fazer tudo, pois vale a pena, é divertido em todos os aspectos.

Eventualmente tudo será mero alvo móvel pra você. No começo, é arriscado usar armas, por atrair zumbis, mas, depois, pouco te importa, todos terão o mesmo destino mesmo! Mas não se apegue muito às armas de fogo, sério, a diversão está claramente no combate físico, terminantemente ESTONTEANTE!

Dying Light supera e joga um pouquinho pra cima a barra dos joguinhos de zumbi, sem dúvida alguma. Um jogo que atinge excepcionalmente bem o seu propósito, este com certeza é um dos melhores FPSs recentes, valendo cada centavo, cada minuto jogado. A jogabilidade fluída, o sentimento de progressão, o ambiente extremamente detalhado; Dying Light é um tiro certo pra qualquer um, dê uma chance ou, ainda, revisite-o, pois é certo que você reencontrará um ótimo nem-tão-velho-assim amigo. O hype pro 2 é real!

Dying Light, meus cadavéricos!

Alguém que sabe pouco sobre muita coisa, Yuri Beira é um pseudo-qualquer-coisa-aqui que se contenta em arranhar a superfície de tudo o que se interessa por. Resultado de suas boas horas meio aos mundos virtuais de inúmeros jogos, Revisitando é uma coluna focada mais numa análise subjetiva – levando em consideração os sentimentos perante tal jogatina –, fugindo da clássica revisão técnica. Mobilis in Mobili! Continue acompanhando o Revisitando aqui no NA-NU.

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