Ningyos, os bonecos japoneses com rico significado cultural no Japão, associados a tradições budistas, xintoístas e festivais.
A história dos Ningyos no Japão remonta a séculos. O significado da palavra Ningyo é “forma humana”: nin (humano, gente) e gyo (forma). Embora seja difícil determinar a data exata em que começaram a ser feitos, os bonecos são parte integrante da cultura japonesa há muito tempo. Sendo os artefatos mais antigos conhecidos datando do período Jomon (10.000–300 aC). No entanto, o conceito mais moderno de Ningyos, especialmente aqueles feitos de materiais como madeira, argila ou porcelana, começou a evoluir durante o período Edo (1603-1868). Durante este período, houve uma ênfase crescente no artesanato e na expressão artística, levando ao desenvolvimento de várias formas de artes tradicionais japonesas, incluindo a fabricação de bonecas.
Os Ningyos também estão associados a tradições budistas, xintoístas e eventos culturais no Japão. Nas práticas budistas, os Ningyos podem ser usados em cerimônias como serviços memoriais para entes queridos falecidos. Os bonecos podem representar os espíritos dos falecidos e geralmente são incluídas como parte do altar ou santuário durante esses rituais. Durante o Festival Bon, um evento budista no Japão para homenagear os espíritos dos ancestrais, os Ningyos podem ser exibidos em altares familiares ou em danças cerimoniais. Já no Xintoísmo, os Ningyos podem ser usados como oferendas ou representações de divindades durante cerimônias e festivais realizados em santuários xintoístas. Estes bonecos tradicionais japoneses também desempenham um importante papel em rituais de infância, como a cerimônia Shichi-Go-San, que celebra o crescimento das crianças aos três, cinco e sete anos. Ou em festivais sazonais, como o Hanami Matsuri (Festival da Flor de Cerejeira) ou o Hina Matsuri (Festival das Bonecas, também conhecido como Dia das Meninas) comemorado no Japão no dia 3 de março. Esse festival celebra a felicidade e o bem-estar das meninas no Japão. Exibições especiais de bonecos ornamentais representando a corte imperial, chamados de Hina, são montados nas residências. Acredita-se que essas bonecas, junto com outras decorações, afastam os maus espíritos e trazem boa sorte para as meninas da casa.
Em Curitiba, no MON (Museu Oscar Niemeyer), a exposição permanente O Mundo Mágico dos Ningyos apresenta ao público uma coleção extraordinária de bonecos japoneses. Os bonecos fazem parte do riquíssimo acervo de arte asiática do museu formado por mais de três mil peças. Parte desse acervo também compõe a exposição Ásia: a Terra, os Homens, os Deuses, sobre a qual a gente já falou aqui no NA-NU.
A produção de Ningyos continuou a evoluir ao longo dos séculos, influenciada por mudanças culturais, avanços tecnológicos e tendências artísticas em mudança. Hoje, os Ningyos continuam a ser um aspecto importante da cultura japonesa, apreciados pelo seu artesanato, significado cultural e papel em várias tradições e cerimónias.
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