Uma (des)entrevista com a banda independente Caminhante Flutuante

Na primeira edição da coluna (Des)entrevista, nossa colaboradora Marília Souza bate um papo com a banda gaúcha Caminhante Flutuante.

Entrevista com a banda independente Caminhante Flutuante, recentemente formada em Porto Alegre no ano de 2018, pelos músicos; Stevan Zanirati, Felipe Seadi e Rafael Santos. No mês de dezembro, entre alguns ensaios e shows vieram a lançar o seu primeiro single Correndo e Derretendo, que foi gravado no estúdio MR Y Records e disponibilizado no seu canal do Youtube e em breve estará nas plataformas digitais.

MS.D: A transmissão dos pensamentos e sentimentos através da música, estes são capazes de conscientizar ou proporcionar sensações mágicas. Como está sendo elaborado o projeto musical em relação aos pontos significativos, reflexivos e as suas referências, em que são vistos assim como fonte de inspiração das letras e melodias?

Studio na Colab55

Caminhante Flutuante: O Caminhante surgiu após o encerramento da Zanirati e Os Aleatórios, banda de apoio que acompanhava Stevan Zanirati em sua carreira solo, a qual teve início em 2014, mas que em 2018 se juntou com essa formação  atual que é o Caminhante Flutuante. Como Aleatório foram 9 meses e após sentir essa firmeza no desempenho da banda resolvemos unificar as composições dos demais integrantes ( Felipe e Rafael ) assim mudando a proposta, já que não se trata mais de musicas de UM compositor, a ideia  de Aleatório não faz mais sentindo e essa transição foi encarada com naturalidade.

Agora como Caminhante Flutuante começa uma nova etapa, trazendo um pouco de nossas influências dentro de Rock’n’Roll, Blues, Folk, Psicodelia e demais seguimentos, mas ainda é o começo a elaboração disso tudo ainda esta sendo estudada, já que oficialmente estreamos em 09 de dezembro, por enquanto é encarar os ensaios para trabalhar as composições.

MS.D: A música abre um horizonte de memórias, desejos, de imagens imagináveis, sendo capaz de alcançar um público amplo e contínuo por similaridade de estilo. Referente a produção do primeiro single, como se estruturou os instrumentos, os timbres e as tonalidades até a fase final da gravação em conexão com a intenção sonora?

Caminhante Flutuante: A música Correndo e Derretendo composta no começo de 2018 já estava sendo usada com os Aleatório e deve ser a mais tocada nesse ano. Agora gravada, ela entra como de estreia do Caminhante, não temos muito que dizer tecnicamente sobre ela, mas tivemos o maior cuidado na questão da qualidade sonora, as guitarras gravadas pelo Felipe tem 2 bases, uma limpa e outra com drive e solo com fuzz, mostrando um estilo sonoro que muito nos agrada, os teclados no refrão e na parte final foi gravado pelo produtor do estúdio, Guilherme Vivian, que aparece como surpresa, já que não temos tecladista na banda ( mas gostaríamos ) já o baixo e bateria seguem normalmente como fizemos nas apresentações e ensaios.  E sobre a letra que se trata do calor e do dia a dia de um trabalhador que longe do mar tem que ir trabalhar, sendo com sol e chuva e tendo apenas o ventilador para amenizar a forte temperatura do verão.

Resumindo, a musica é simples, puro Rock’n’Roll e não teve mistério ou um grande estudo para a sua estrutura, ela é algo empolgante para dançar.

MS.D: Reconhecendo a história do Rock’n’Roll na sociedade, suas influências e seus aspectos culturais, em paralelo à música está a área das artes plásticas, que se mostra nas capas dos álbuns projetos realizados por fotógrafos, ilustradores, desenhistas. Quais são as 3 capas de álbuns históricos que mais apreciam? Qual a previsão para o lançamento do primeiro álbum da banda?

Caminhante Flutuante: As capas de discos são de grande importância, a arte que vai estar estampando o trabalho da banda será sempre lembrada, as vezes até mais do que a própria musica, isso como referência visual que muitas vezes acabamos associando ao álbum em questão com o ano de lançamento e até a fase da banda. Muitas pessoas não lembram os nomes dos integrantes, mas lembram da capa.

Foto por: Fernanda Seadi

Recentemente lançamos o single do qual a arte da capa foi colaborada por ti, a criação de Marilia Souza, foi aprovado pela banda, combinando com a proposta do som, a técnica desenvolvida foi o diferencial, saindo do mais usual que é a fotografia.

Sobre as 3 capas do qual nós mais gostamos cada um de nós temos suas preferências, podemos gostar dos mesmos sons, mas a arte do álbum já pode parecer um pouco diferente, mas também nada de muito distante um dos outros, já que a capa do single foi de nosso agrado. Mas Sgt Peppers Lonely Heart Club Band, dos Beatles, é de unanimidade entre nós. Então podemos acrescentar um pouco a mais, assim como as capas do Pink Floyd: The Dark Side of the Moon, da emblemática Wish you were here e Todos os Olhos do Tom Zé. Poderia entrar umas dos Mutantes também, como Jardim Elétrico com todo aquele colorido e um mutante fumando charuto.

Assim que entrar 2019 estaremos partindo para as gravações, primeiramente vamos lançar mais um single, pra depois planejar um EP ou álbum, como esse é um trabalho que leva tempo acreditamos que em 2020 poderemos lançar algo agrupado, tanto virtualmente e fisicamente. Mas o certo é que o som não pode parar e não vamos demorar muito com isso, mas todo o cuidado para que seja algo de qualidade assim como vem sendo.

Você pode acompanhar o Caminhante Flutuante através de seus perfis no Instagram, Soundcloud, TNB, Youtube e FacebookMarília Souza, soteropolitana, graduada em artes plásticas e publicidade. Participa com ilustrações nas galerias virtuais da Colab55 e na UrbanArts. Sua pesquisa sobre música iniciou-se em 2013, a inspiração partiu da sua vivência na cidade de Porto Alegre.

 

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