A trajetória do legendário artista visual psicodélico Alain Voss

Alain Voss, artista visual franco-alemão com trabalho reconhecido e fortes colaborações para a história dos quadrinhos e da psicodelia.

Alain Voss nasceu na França, mais precisamente em Paris, filho de pai alemão e de mãe francesa. Passou seus primeiros anos na França e veio para o Brasil ainda pequeno por volta dos cinco anos de idade. Começou a trabalhar com quadrinhos na década de 1960 e ilustrou, entre outras coisas, as capas de LPs da banda Os Mutantes como Os Mutantes e Seus Cometas no País dos Baurets e O Jardim Elétrico. Seus principais trabalhos em quadrinhos na época foram O Careca e O Loco.

Para a arte da capa de O Jardim Elétrico, Rita Lee diz no livro Discobiografia Mutante, que o desenhista ficou livre para “viajar” nas idéias e, “depois de tomar um ácido”, foi exatamente o que ele fez. Sérgio Dias conta que Alain se inspirou de alguma forma na música Jardim Elétrico para fazer a obra de arte.

Studio na Colab55

Em 1972, Alain Voss voltou para a França, fugindo da opressão da ditadura militar brasileira. Lá, trabalhou para a revista Métal Hurlant, mais conhecida no resto do mundo como Heavy Metal, ao lado de nomes como Sérgio Macedo, Nikita Mandryka, Richard Corben, Philippe Caza, Gotlieb e Enki Bilal, além de se tornar amigo pessoal do lendário Moebius.

Voss voltou ao Brasil em 1981, voltando a trabalhar com quadrinhos, com publicações como Inter Quadrinhos e Monga – A Mulher-Gorila. Em 1989, ganhou o prêmio de melhor desenhista nacional da primeira edição do Troféu HQ Mix. No ano seguinte, uma exposição sobre seu trabalho apresentada no Museu da Imagem e do Som ganhou o Troféu HQ Mix de melhor exposição. Em 2001, o Itaú Cultural promoveu o evento Anos 70: Trajetórias, destacando o trabalho de Voss ao lado de Robert Crumb, Paulo Caruso, Angeli e Laerte.

Alain veio a falecer por conta de um AVC no dia 13 de maio de 2011 em Portugal. Na semana do seu falecimento, Rita Lee twittou em sua homenagem: “Alain Voss era um artista gauche. Sarcástico e irônico. Perdia o amigo mas não perdia um deboche cruel. Tenho vários quadros da época Mutante”.

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