Conheça a HQ Diamba – Histórias do Proibicionismo no Brasil, obra de Daniel Paiva que expõe o racismo na proibição da cannabis no país.
Daniel Paiva é cartunista, músico e cineasta. Foi um dos editores da revista Tarja Preta, colaborou com a revista semSemente e com o site maryjuana.com.br e atualmente colabora com a revista Futum. Publicou em novembro de 2020 o livro Beto e Dé e outros Quadrinhos Canábicos uma coletânea de suas tirinhas, cartuns e HQ’s desenhadas desde 2002 sobre o universo da canábis. Trompetista, foi um dos fundadores da Orquestra Voadora. Tocou também nas bandas Luisa mandou um beijo, Fanfarra Paradiso, Marofas Grass Band e no trio de live p.a. Muito Doido Dub Sound System. Desde 2013 dá aulas de trompete na Oficinada Orquestra Voadora. Editou e dirigiu junto com Daniel Garcia o documentário Malditos Cartunistas e seus desdobramentos para tv e web. Editou e produziu junto com Matias Maxx a web série Narcoturistas.
Inspirado pela história em quadrinhos Cannabis, a Ilegalização da Maconha nos Estados Unidos de Box Brown, Daniel Paiva se desafiou a quadrinizar a versão brasileira da proibição da erva. O documentário em quadrinhos, Diamba – Histórias do Proibicionismo no Brasil, uma publicação da Brasa Editora, é um manifesto anti-racista, pela legalização da maconha no Brasil e pelo respeito às liberdades individuais. A partir de uma notícia de jornal, que contava sobre um jovem preso apenas por estar usando um boné estampado com a folha da cannabis, Daniel inicia a narrativa descontínua, partindo de uma dura da polícia em uma favela, que poderia estar em qualquer grande cidade do Brasil, costurada por letras de músicas, onde flashbacks conduzem o leitor por diversos fatos históricos desde os primeiros registros do uso da maconha na China antiga, passando pelas grandes navegações, a colonização das Américas, a escravidão, até chegar ao proibicionismo do século XX, à Guerra às Drogas e à discussão da legalização das drogas nos dias de hoje.
O quadrinho traz também vários casos ocorridos em decorrência da proibição, como as prisões de artistas como Gilberto Gil, Rita Lee e a banda Planet Hemp. Também conta o surreal Verão da Lata, em 1987, quando um navio derramou vinte e duas toneladas de latas de maconha no litoral brasileiro. E o Verão do Apito, em 1996, quando os banhistas do Posto 9, em Ipanema, usaram apitos para avisar aos fumantes que a polícia estava se aproximando.
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