Confira os filmes que estarão na 14ª edição do Olhar de Cinema

De 11 a 19/06, a 14ª edição do Olhar de Cinema reúne mais de 80 filmes entre estreias mundiais, nacionais, filmes infantis e clássicos.

O Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba anunciou os longas e curtas-metragens que compõem a programação deste ano. Com realização de 11 a 19 de junho, o evento reúne mais de 80 produções em suas mostras, entre estreias mundiais, nacionais, filmes para crianças e clássicos remasterizados.

A 14ª edição do Olhar de Cinema contará com sessões no MON – Museu Oscar Niemeyer (Auditório Poty Lazzarotto), ocupando de forma inédita um dos principais pontos turísticos da cidade, na Ópera de Arame, onde ocorrerá a exibição do Filme de Abertura, no Cine Passeio, no Teatro da Vila, Cine Guarani, e na Cinemateca.

Studio na Colab55

Em 2025 o festival apresenta 10 mostras, a Competitiva BrasileiraCompetitiva Internacional, Novos Olhares, Mirada Paranaense, Exibições Especiais, Olhar Retrospectivo, Olhares Clássicos, Foco, Pequenos Olhares, Filme de Abertura e Encerramento, contando com a exibição de mais de 80 produções. Confira abaixo a lista de filmes que estarão no festival este ano.

O longa japonês Cloud abre a 14ª edição do Olhar de Cinema

Filme de abertura

O longa-metragem que abrirá a edição 2025 do Festival Internacional de Curitiba é Cloud (Kuraudo), assinado pelo diretor japonês Kiyoshi Kurosawa, um dos mais cultuados cineastas contemporâneos, conhecido por produções como Pulse (2001), Creepy (2016), e A Cura (1997). O filme, que estreia no Brasil dentro do evento, representou o Japão na corrida do Oscar deste ano, na categoria Melhor Filme Internacional, e passou por outros renomados festivais internacionais, como o de Veneza, Toronto e Chicago.

Inspirado em uma história real, a produção é um suspense que aborda a história de um grupo de justiceiros formado na internet que se rebela contra Yoshii (Masaki Suda), que usa o pseudônimo Ratel, um revendedor online de produtos baratos a preços elevados. Apesar de trabalhar como operário em uma pequena fábrica, o jovem se dedica a revender todos os tipos de mercadorias online, desde roupas a equipamentos médicos. Após negar uma promoção no local onde trabalha, ele decide viver com sua namorada em uma casa afastada da cidade. Ao se sentir lesada, sua clientela é dominada por um sentimento de raiva, levando até mesmo pessoas não diretamente prejudicadas a se unirem contra ele, motivadas por ressentimentos pessoais.

O Filme de Abertura será exibido em uma sessão exclusiva na Ópera de Arame, em uma tela especial de mais de 400 polegadas montada especialmente para a exibição.

Competitiva Brasileira – Longas

Apenas Coisas Boas (Daniel Nolasco – 2025)
Catalão, interior de Goiás, 1984. Antonio vive sozinho e isolado cuidando dos afazeres de sua pequena fazenda até o dia em que seu destino cruza com o de Marcelo, um motoqueiro solitário que sofre um acidente atravessando a região. Antonio cuida das feridas de Marcelo. Os dois se apaixonam e vivem uma história que transforma, desestabiliza e provoca rupturas em cada um deles.

Aurora (João Vieira Torres – 2025)
Aurora foi a avó do diretor. Sem saber ler ou escrever, ela foi parteira e curandeira por mais de quarenta anos no sertão profundo da Bahia. De um encontro a outro, com os vivos e os mortos, o filme segue seus rastros, confrontando a violência estrutural de gênero e racial, presentes na formação histórica do Brasil.

A Voz de Deus (Miguel Antunes Ramos – 2025)
Duas crianças pregadoras buscam uma vida melhor através da fé. Daniel,17, lida com a frustração paterna: ele era a criança pregadora mais famosa do Brasil, mas à medida que cresce há cada vez menos interesse. João, por sua vez, está no auge: com 12 anos, possui um milhão de seguidores no Instagram, e prega para multidões. Um ciclo que termina e outro que começa. Um país que não é mais o mesmo.

Cais (Safira Moreira – 2025)
Dois meses após o falecimento de sua mãe Angélica, viaja em busca de encontrá-la em outras paisagens. Num curso fluvial, o filme percorre cidades banhadas pelo Rio Paraguaçu (Bahia) e pelo Rio Alegre (Maranhão), para imergir em novas perspectivas sobre memória, tempo, nascimento, vida e morte.

Explode São Paulo, Gil (Maria Clara Escobar – 2025)
Gil sempre quis ser cantora. Ela se mudou para São Paulo com sua esposa quando tinha 20 e poucos anos. Agora, aos 50, é faxineira. Maria Clara lhe propõe fazer um filme no qual Gil será cantora. Ela também quer explodir São Paulo. Gil não quer, mas aceita para que o filme aconteça. Gil se torna uma famosa, elas explodem duas cidades e refletem sobre sonhos, trabalho, envelhecimento e esquecimento.

Glória & Liberdade (Letícia Simões – 2025)
2050. O continente Pau-Brasil celebra 200 anos das Revoltas Regenciais que dividiram o Brasil em nações. Azul, documentarista da República da Bahia, viaja pelo Norte e Nordeste para investigar o colapso da unidade brasileira. Entrevistando líderes, camponeses, pajés e hackers, ela explora revolução e identidade. Em casa, enfrenta uma insurreição que desafia suas certezas sobre história e luta.

Paraíso (Ana Rieper – 2025)
Sinopse: Documentário de longa-metragem sobre as heranças da condição colonial brasileira na vida diária hoje. A partir de uma narrativa musical e do uso de material de arquivo de naturezas diversas, o filme propõe uma viagem inquieta por relações forjadas pela posse de terras e de pessoas. Uma sinfonia popular sobre violência, resistência, força e afeto.

Torniquete (Ana Catarina Lugarini – 2025)
Uma família multigeracional de três mulheres enfrenta as marcas de mais uma invasão traumática, revisitando o passado, reconstruindo o futuro e curando suas feridas.

Competitiva Brasileira – Curtas

A Nave que Nunca Pousa (Ellen Morais – 2025)
A Nave que Nunca Pousa paira sobre uma comunidade quilombola no sertão da Paraíba. Os moradores locais precisam lidar com as consequências desse acontecimento. Uma ficção científica documental nas terras de Aruanda.

Americana (Agarb Braga – 2025)
Cinco amigas são detidas após uma briga em praça pública motivada por uma traição. Na delegacia, durante os depoimentos, segredos vêm à tona, revelando verdades inesperadas.

Fronteriza (Rosa Caldeira, Nay Mendl – 2025)
Lucca, um jovem trans da periferia de São Paulo, viaja até Foz do Iguaçu, no limite entre Brasil, Paraguai e Argentina, em busca do pai que nunca conheceu. Lá conhece Diego, um paraguaio, que o apresenta os segredos da fronteira.

Girassóis (Jessica Linhares, Miguel Chaves – 2025’)
Em um Brasil de escala 6×1, Girassóis narra o cotidiano de , um homem negro idoso, que ainda é obrigado a trabalhar. Abordando a realidade que sobrecarrega os trabalhadores brasileiros, a trama reflete sobre os desafios do trabalho, desde a rotina diária até o impacto no relacionamento familiar e nas esperanças para um futuro inóspito. Livremente baseado em fatos reais

Maira Porongyta – O Aviso do Céu (Kujãesage Kaiabi – 2025)
Itaarió, criador do mundo, é o mais poderoso entre os Mait, os deuses do povo Kaiabi. Ele convoca os outros Mait para uma reunião em sua casa no céu para transmitir um aviso inquietante. Ficção baseada em fatos.

Mais Um Dia (Vinícius Silva – 2025)
A artista Leonora Maia, mais um dia na Amazônia.

Ontem Lembrei de Minha Mãe (Leandro Afonso – 2025)
Um episódio da infância retorna à memória de um homem sem terra.

Seco (Stefano Volp – 2025)
Após terminar seu testamento, horas antes de morrer, um ex-militar viúvo percebe que não se recorda da última vez que chorou. Para encontrar suas lágrimas, ele provocará suas emoções correndo atrás de gestos e sentimentos soterrados.

Competitiva Internacional – Longas

A Árvore da Autenticidade (L’arbre de l’authenticité | Sammy Baloji | Bélgica, Congo -2025)
No coração da floresta tropical do Congo, os restos de um centro de pesquisa dedicado à agricultura tropical revelam o peso do passado colonial e seus vínculos indissociáveis com as mudanças climáticas contemporâneas.

Ariel (Lois Patiño | Espanha, Portugal – 2025)
Ariel é um filme de teatro dentro do teatro, sobre uma atriz argentina que desembarca em uma ilha estranha e encantadora, onde os habitantes transcenderam em personagens shakespearianos.

Fire Supply (Fire Supply | Lucía Seles | Argentina – 2024)
Por que os podcasts têm um limite? Uma pessoa que ama sua mãe e seu pai gostaria de fazer gelo ou aço ou ter um cemitério para que sua mãe não sofresse por ninguém.

Medidas para um Funeral (Measures For A Funeral | Sofia Bohdanowicz |Canadá – 2024)
De Toronto a Oslo, seguimos a jornada de uma jovem acadêmica, Audrey Benac. Audrey embarca em uma busca por uma mulher — a renomada violinista canadense do início do século XX, Kathleen Parlow — enquanto, ao mesmo tempo, foge de outra: sua mãe, uma musicista fracassada.

Quando o Telefone Tocou (Kada je Zazvonio Telefon / When The Phone Rang | Iva Radivojević |Sérvia, Estados Unidos – 2024)
Por meio da reconstrução íntima de um telefonema importante, When The Phone Rang investiga o deslocamento e a natureza da memória. Na mente da protagonista de onze anos, a ligação apaga todo o seu país, sua história e identidade.

Um Corpo Para Habitar (A Body To Live In | Angelo Madsen | Estados Unidos – 2025)
Entrelaçando fotografias estáticas deslumbrantes com as vozes de pessoas idosas queer, A Body to Live In traça as comunidades, filosofias e histórias controversas que cercam o movimento de Modificação Corporal, iniciado pelo artista underground Fakir Musafar.

Competitiva Internacional – Curtas

As Loucas do Sótão (Locas del Ático | Tamara García Iglesias | Espanha – 2024)
Marguerite Duras pode nos curar da loucura? Pode essa mulher que é muda na alma ser louca? Este filme, por meio de um elenco analógico, explora as representações da loucura nos filmes mudos das décadas de 20 e 30.

Barco dos Tolos (ىقمحلا ةنيفس | Alia Haju | Líbano, Alemanha – 2024)
Este anima-doc costura os fragmentos da vida pessoal de Alia, uma mulher libanesa. Crescendo enfrentando a guerra e o deslocamento, ela forma uma amizade com um possível super-herói na costa de Beirute, chamado Abu Samra. Ela treina com ele e seus monstros se encontram. Alia e Abu Samra sobrevivem encontrando conforto na insanidade que a cidade semeou neles. Então, a revolução libanesa começa.

Conseguimos Fazer um Filme (Tota Alves | Portugal – 2024)
Maria Inês vive as primeiras brisas de amor numas férias de Verão. Acompanhada das amigas, passeia pelo bairro onde vive passando o tempo entre missangas e a rodagem de um filme.

Coração Azul (Coeur Bleu | Samuel Suffren | Haiti, França – 2025)
Marianne e Pétion vivem no Haiti e aguardam impacientemente uma ligação de seu filho nos EUA. À medida que o silêncio se instala, seus medos e preocupações crescem, revelando as fraturas em suas próprias vidas. A promessa do sonho americano agora parece escapar-lhes, à medida que a linha entre esperança e realidade se torna cada vez mais tênue.

Después del Silencio (Matilde-Luna Perotti | Canadá | 2024 | 14’)
Em um curta-metragem profundamente comovente, uma cineasta retorna à sua avó após seis anos de silêncio para confrontar o tabu familiar: o abuso sexual que ela sofreu.

Esportes Aquáticos (Water Sports | Whammy Alcazaren | Filipinas – 2024)
Jelson e Ipe, estudantes profundamente apaixonados, enfrentam provas da mente e do corpo enquanto se preparam para sobreviver a um mundo devastado pelas mudanças climáticas. Jelson e Ipe logo descobrem que talvez a melhor maneira de sobreviver ao fim do mundo seja simplesmente viver, rir e amar.

Ídolo Evanescente (ليخنلا تابس |  Majid Al-Remaihi | França, Kuwait, Catar – 2025)
Enquanto o céu azul se encontra com os mares ao redor, o nativo convertido em arqueólogo Hassan AlFailakawy retorna à ilha abandonada de Failaka, na costa do Kuwait. Entre a desolação e as diferentes ruínas da ilha após a Guerra do Golfo, Hassan se depara com questões sobre retorno, restituição e pertencimento.

O Reinado de Antoine (El Reinado de Antoine | José  Luis Jiménez Gómez | Cuba – 2024’)
Em uma cidade cubana, Visman, um jovem obcecado por fantasias históricas, se refugia nelas para explorar a complexidade de seus laços familiares e seu ambiente social. Responsável pelo cuidado exclusivo de seu pai deficiente, ele se empenha em dar vida à sua narrativa épica O Reinado de Antoine, enfrentando adversidades diárias e buscando uma fuga em um mundo em ruínas.

Mostra Olhar Retrospectivo – Agnès Varda

Sobre a Mostra Olhar Retrospectivo dedicada à Agnès Varda já falamos por aqui no NA-NU. A Mostra Olhar Retrospectivo é um espaço dedicado a um grande nome do cinema mundial, apresentando um panorama de suas produções e uma reflexão sobre sua trajetória. em 2025 a homenageada é a cineasta Agnès Varda, cujo trabalho é referido como um dos marcos do cinema moderno, do cinema realizado por mulheres, dos filmes-ensaios e dos documentários subjetivos. Foram selecionados 10 filmes da cineasta.

Saudações aos Cubanos (Salut les Cubains – 1964)
A partir de mais de mil fotografias tiradas por ela mesma em uma viagem a Cuba em 1963, Agnès Varda monta um documentário vibrante que celebra a cultura cubana pós-revolução. Com narração envolvente e ritmo dinâmico, o filme mistura informação, simpatia e crítica em um olhar afetuoso sobre o povo cubano.

La Pointe-Courte (1955)
No vilarejo pesqueiro de La Pointe Courte, um casal em crise revisita sua relação enquanto os habitantes locais enfrentam dificuldades cotidianas. Primeiro longa de Agnès Varda, o filme combina elementos documentais e ficcionais, antecipando a estética da Nouvelle Vague com um olhar lírico e social.

A Ópera-Mouffe (L’Ópera Mouffe – 1958)
Neste curta-metragem documental-poético de Agnès Varda, uma mulher grávida caminha pelas ruas do bairro Mouffetard, em Paris, observando cenas da vida cotidiana com sensibilidade e estranheza. Misturando realidade e sonho, o filme capta personagens marginalizados e revela o olhar terno e crítico da cineasta sobre a condição humana.

Cléo das 5 às 7 (Cléo de 5 às 7 – 1962)
Em tempo quase real, o filme acompanha duas horas na vida de Cléo, uma jovem cantora que espera ansiosamente o resultado de um exame médico. Enquanto vaga por Paris, confronta sua vaidade, seus medos e sua visão da morte. Um retrato sensível da feminilidade e da existência, marcado pelo estilo inovador de Agnès Varda.

Tio Yanco (Oncle Yanco – 1967)
Neste documentário leve e encantador, Agnès Varda encontra um tio artista que vive em uma casa-barco em Sausalito, Califórnia. A reunião entre os dois, que não se conheciam, dá origem a um retrato afetuoso e lúdico sobre identidade, arte e laços familiares.

Documentira (Documenteur  1981)
Ambientado em Los Angeles, este filme mistura ficção e realidade para retratar a solidão de uma mulher francesa que vive com seu filho nos Estados Unidos após o fim de um relacionamento. Com tom melancólico e poético, Agnès Varda explora o exílio emocional e a busca por pertencimento em terras estrangeiras.

Uma canta, a outra não (L’une chante l’autre pas – 1977)
O filme segue a amizade entre duas mulheres, uma cantora e ativista política e a outra, dona de casa, que vivem experiências muito diferentes durante a Revolução Sexual e os movimentos feministas dos anos 1970. Agnès Varda explora temas de liberdade, feminismo e a complexidade da escolha e da identidade feminina.

Ulysse (1983)
Agnès Varda revisita a ilha grega de Chios, onde filmou seu marido, o cineasta Jacques Demy, no passado. Em uma reflexão sobre o tempo, a memória e o cinema, ela explora o legado da obra de Demy e sua própria jornada como cineasta. Através de imagens poéticas, Varda investiga as conexões pessoais e culturais com  o mito de Ulisses.

Os Catadores e Eu (Les glaneurs et la glaneuse – 2000)
Agnès Varda
percorre a França filmando catadores — pessoas que recolhem sobras, objetos ou alimentos descartados. Ao mesmo tempo, reflete sobre o envelhecimento, o consumo e sua própria condição de cineasta que também “colhe” imagens.

As Praias de Agnès (Les Plages de Agnès – 2008)
Neste documentário autobiográfico, Agnès Varda revisita sua vida e carreira por meio de memórias afetivas e lugares marcantes — especialmente praias. Com humor, sensibilidade e invenção visual, ela costura passado e presente em um autorretrato lírico e criativo.

A programação completa da 14ª edição do Olhar de Cinema está disponível neste link. Os ingressos para as sessões estarão à venda a partir do dia 16 de maio, com valores que vão de R$8 (meia-entrada) a R$16, disponíveis pelo site oficial.

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