Confira a HQ e leia na íntegra a reflexão de Ganço neste May the 4th, dia para celebrar o legado do universo Star Wars.
Véspera da celebração máxima da galáxia muito, muito distante, criada por George Lucas em 1977, o Natal Nerd e Geek é 4 de Maio. Criado como uma brincadeira de palavras, o “May The 4th” (justamente por conta de soar parecido com “May The Force”) é praticamente feriado não-oficial em várias partes do mundo. É no conteúdo especial dos streamings, das estamparias, dos cosplayers, da cultura de fanarts, nesse caldeirão do fantástico e instigante, que amadores e profissionais das artes, incluindo uma legião de técnicos, escritores, artistas e designers dão forma ao impossível dentro dessa nossa imaginação coletiva. Porque sentimos pulsar até hoje o impacto profundo desde os primórdios dos filmes Sci-Fi.
Aí vem uma reflexão poderosa e absolutamente real para quem paga (ou tenta pagar) boletos com vendas de arte. Uma coisa fica evidente: o valor simbólico é o que transforma algo em uma necessidade, não apenas algo que impressiona ou é admirado. E esse valor simbólico nasce da conexão. Star Wars, Star Trek, fanarts – tudo isso sobrevive e prospera porque toca algo íntimo em quem consome: afeto, identificação, pertencimento. Não é técnica pura, nem beleza isolada.
É significado.
Essa é só mais uma das descobertas sobre a vida de artista. Algumas obras, artes, estampas, etc. – se não todas as que compramos – não compramos por serem técnica pura, nem beleza isolada.
Tudo o que a gente gosta, mesmo que ache muito legal – como desenhos, músicas ou coisas que achamos incríveis, mas não queremos levar pra casa – a gente vê, admira, e até fala “Porra, este trabalho ficou do caralho!” E continuamos o nosso caminho, sem nos apegar muito.
Phil Tippett passou vinte e cinco anos criando Mad God – uma obra quase hermética, visceral, difícil de consumir, mas absolutamente verdadeira, com autenticidade criativa. E foi essa autenticidade que atraiu financiamento coletivo, true fans, e …reconhecimento tardio. Ele não fez Mad God para vender. Mas vendeu poque foi necessário para alguém.
George Lucas é fã declarado de Star Trek. Gene Roddenberry admirava profundamente a cultura Star Wars. Não há motivo para fãs de uma ou da outra obra se digladiarem há décadas. Pode tranquilamente haver uma celebração cruzada; união aquecendo o coração da nossa cultura. A verdade é que a galáxia permite tanto que coexistam quanto que se fortaleçam mutuamente.
Foi a concretude apaixonada dos fãs de Star Trek que ajudou a convencer investidores de que havia um público real disposto a consumir ficção científica com seriedade e devoção. Sem os Trekkies, é muito provável que Star Wars nunca tivesse deixado os Storyboards e se tornado o fenômeno mundial que é hoje.
Ambas imaginaram futuros, civilizações intergalácticas, dilemas éticos, mitologias profundas e seres que nos fazem refletir sobre quem somos. No final das contas, não importa se você se sente mais Jedi ou mais membro da Frota Estrelar. O que importa é que você está a bordo.
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