Conheça as duas produções japonesas de King Kong dos anos 1930 consideradas perdidas na história durante a segunda guerra mundial.
King Kong, a produção original norte americana lançada em 1933 apresentou o macaco gigante para o mundo e foi sucesso de público e de crítica. É considerado um dos filmes mais importantes da história do cinema e dos efeitos especiais além de ser citado como uma das principais influências de nomes como Peter jackson e Ray Harryhausen.


No Japão, o filme foi distribuído por uma companhia chamada Shochiku e também agradou bastante o público japonês. O que levou a empresa a ter a ideia de realizar sua própria produção estrelando o monstro. Em 1933, Shochiku lançou um curta metragem mudo chamado Wasei Kingu Kongu, cuja tradução seria O King Kong Japonês. Mais uma paródia do que uma versão japonesa da produção norte americana, a comédia teve relativo sucesso no Japão.

Edo ni Arawareta Kingu Kongu (King Kong Aparece em Edo) foi uma produção em duas partes, muda, lançada em 1938 e produzida pela Zenshō Cinema. Segundo o material promocional, cartazes e flyers, trata-se de um filme de época. Ambientado no período Edo (também conhecido como período Tokugawa), nele, King King é o macaco treinado de um senhor maligno, que usa seu monstro de estimação para sequestrar a filha do xogun, Chinami. No material promocional do filme, o monstro aparece em escalas diferentes. Em uma foto aparece grande o bastante para segurar Chinami em sua mão, em outra, parece do tamanho de uma pessoa. Isso fez muitos acreditarem que no filme, King Kong mudava de tamanho, porém os historiadores acreditam que o macaco do filme seja chamado de King Kong só no nome, e apareça em escalas gigantescas no material promocional apenas para capitalizar em cima do sucesso do primata norte americano.

Todas as cópias conhecidas de ambos os filmes estavam estocadas em armazéns localizados nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945. O ataque norte americano causou a morte de, entre 90 mil e 166 mil pessoas em Hiroshima e 60 mil e 80 mil em Nagasaki, além de destruir grande parte do patrimônio histórico e cultural japonês.
Em 1954, inspirado no gigante King Kong, e nos horrores da era nuclear, surge um novo rei dos monstros que viria a se tornar um dos maiores símbolos do Japão moderno. Godzilla se utilizou dos mesmos recursos de Wasei Kingu Kongu, como atores no figurino do monstro e cenários em miniatura. O que viria a se tornar a identidade do chamado gênero kaiju, filmes e séries de monstros gigantes japoneses. A roupa de Gozilla viria a ser criada por Ryūnosuke Kabayama (que mais tarde mudou seu nome artístico para Fuminori Ohashi), criador do traje de King Kong em Edo ni Arawareta Kingu Kongu.


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