Oriundi (2002), um dos últimos longas-metragens do eterno Anthony Quinn (1915-2001), com Letícia Spiller, Paulo Betti e Gabriela Duarte.
“Oriundo” é uma palavra italiana usada para descrever cidadãos italianos nascidos no exterior, especialmente sul-americanos de herança italiana. Em Oriundi, o grande ator norte-americano de origem Mexicana Anthony Quinn vive um italiano de uma família Oriundo brasileira. Oriundi foi lançado em 2002, tem direção de Ricardo Bravo, produção de Rubem A. Gennaro, Anthony Quinn, Jose Carrera Gonzalez e Virginia W. Moraes e foi gravado em Curitiba e na costa paranaense. Além de Anthony Quinn (Giuseppe Padovani), o filme também apresenta no elenco seu filho, Lorenzo Quinn (Giuseppe Padovani nas cenas de flashback), Letícia Spiller (Interpretando dois papeis, Caterina Padovani e Sofia D’Angelo), Paulo Betti (Renato Padovani), Gabriela Duarte (Patty), Paulo Autran (Dr. Enzo), Araci Esteves (Paola), Marly Bueno (Matilde), Tiago Real (Stephano) e Raquel Rizzo (Chris). O filme ainda conta com trilha sonora do grande Arrigo Barnabé.
Com a saúde frágil, o imigrante italiano Giuseppe Padovani é apresentado a uma parente distante durante a comemoração de seus 93 anos. Ele se espanta com a extraordinária semelhança entre Sofia e sua esposa, Caterina, morta num acidente aéreo há sessenta anos durante a festa de Garibaldi, passa então a acreditar que ela é a reencarnação da ex-mulher. “Eu sou um imigrante e gosto de lembrar a importância dos imigrantes. Escolhi esse personagem pela sua busca de vida e a situação que vive agora”, declarou Quinn, em passagem ao Brasil.
Anthony Quinn atuou em 150 filmes desde 1936, como A Estrada da Vida (1954), Lawrence da Arábia (1962), Zorba, o Grego (1964) e Os Canhoes de Navarone (1961). Trabalhou com grandes diretores como David Lean, Vincente Minelli, Costa-Gavras e Federico Fellini. Recebeu dois Oscars de ator coadjuvante, por Viva Zapata! (1952) e Sede de Viver (1956). Além de ator, era pintor e escritor. Quinn, que sofreu discriminação em sua juventude em Los Angeles, participou e apoiou vários movimentos e iniciativas em prol dos direitos civis e causas sociais. Forneceu financiamento para o grupo de defesa latino-americano Congresso do Povo de Língua Espanhola. Ele ajudou nos esforços de arrecadação de fundos para a defesa legal da juventude mexicano-americana. Apoiou e ajudou a reunir apoio de outras celebridades e figuras públicas à a Marcha sobre Washington por Emprego e Liberdade em 1963. Importante marco dos movimentos pelos direitos civis, ocasião em que Martin Luther King Jr. proferiu seu icônico discurso “Eu tenho um sonho…”. Em 1969, Quinn visitou estudantes ativistas nativos americanos que ocupavam a Ilha de Alcatraz em protesto, prometendo oferecer assistência. Anthony Quinn também foi palestrante na Conferência Mexicano-Americana de 1970. Em 1971, ele narrou um documentário da Comissão de Igualdade de Oportunidades de Emprego, discutindo a discriminação no trabalho enfrentada pelos hispano-americanos. Ele apoiava a organização United Farm Workers liderada por seu amigo e ativista trabalhista Cesar Chavez. Por sua postura progressista e seu apoio à juventude mexicano-americana, Quinn foi investigado e perseguido pela Comissão Anticomunista do Estado da California, conhecido como Tenney Committee, o que quase lhe custou a carreira.
Oriundi é uma importante obra na história da arte e do cinema brasileiro e paranaense, parte do movimento conhecido como Retomada do Cinema Brasileiro, que aconteceu na segunda metade da década de noventa e início dos anos 2000, com a volta dos incentivos à cultura. Em 1995, já foram lançados 14 longas, número que foi aumentando gradativamente. Durante o período de oito anos, chegaram aos cinemas mais de 180 longas, com 21 deles alcançando mais de 500 mil espectadores.
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