Conheça a história e as obras de Adalice Araújo, essa importante poetisa, artista plástica, historiadora e crítica de arte brasileira.
Adalice Maria de Araújo foi uma poetisa, artista plástica, historiadora e crítica de arte brasileira. Nascida em Ponta Grossa em 1931, é considerada uma das maiores críticas de arte do Brasil. Seu pai, o industrial da erva-mate Adalberto Araújo, descendia de bandeirantes e índios. A mãe, Inece, gostava de óperas e a poesias. Vinha de uma família de Piza, na Itália, os Gambassi, participantes da Colônia Cecília, marco do anarquismo no Brasil. Adalice iniciou sua formação artística nos anos 1950, no curso superior de pintura da Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap). Logo na sequência, seguiu para uma especialização na Itália. De volta ao Brasil, criou e presidiu o Círculo de Artes Plásticas do Paraná, com ateliê coletivo no subsolo da Biblioteca Pública do Paraná, onde começaram artistas como Helena Wong e Antonio Arney.
Estudou técnicas, como gravura, xilogravura, desenho e crítica teatral. Nos anos 60 e 70 confrontou a ditadura militar para defender museus e artistas e foi chamada diversas vezes a depor no SNI, o Serviço Nacional de Informação. Segundo o jornalista José Carlos Fernandes, “Não pegou em armas – mas teria sido mais fácil do que sacudir o academicismo da Curitiba daqueles tempos.”
Em 1969, iniciou sua carreira jornalística no Diário do Paraná com a coluna Artes Visuais, também publicada no jornal Gazeta do Povo entre 1974 e1976 e 1978 e1994. Em 1971, passou a integrar a Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA).
Foi professora no Departamento de Filosofia, Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal do Paraná (UFPR), dirigiu o Museu de Arte Contemporânea do Paraná entre 1987 e 1988 e desenvolveu projeto de descentralização do 44º Salão Paranaense. Frequentadora da Itiban Comics Shop e da Gibiteca de Curitiba, sempre foi uma defensora dos quadrinhos como uma forma autêntica de arte. Em 2003, recebeu o Prêmio Mário de Andrade da ABCA e, em 2006, publicou o primeiro volume do Dicionário das Artes Plásticas do Paraná (verbetes de A e C). O segundo volume, Dicionário das Artes Plásticas do Paraná (verbetes de D a K), foi publicado postumamente.
Adalice faleceu em 2012, pouco depois de completar 81 anos. Em 2018 foi Inaugurada a Sala Adalice Araújo, no hall da Superintendência de Cultura, um espaço dedicado para a divulgação do trabalho de artistas contemporâneos. Em 2019 aconteceu exposição História sem fim: o pensamento revolucionário de Adalice Araújo, trazendo ao público um pouco da vida dessa importante figura da arte paranaense. O evento contou com uma cronologia da vida de Adalice, fotografias e algumas de suas críticas em jornais, publicadas entre 1987 e 1988, e também, disponíveis para leitura, os dois volumes do Dicionário das Artes Plásticas do Paraná. Além disso, a exposição trazia obras de arte de mulheres sobre as quais Adalice escreveu. São elas Eliane Prolik, Guita Soifer, Dulce Osinski, Juliane Fuganti, Leila Pugnaloni, Letícia Marquez e Ida Hannemann de Campos.
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