A obra Uivo dos Invisíveis, da escritora curitibana Bebeti do Amaral Gurgel, aborda a estética e a linguagem da pixação e da arte de rua.
Com o objetivo de “dar voz aos sem voz”, a escritora curitibana Bebeti do Amaral Gurgel apresenta Uivo dos Invisíveis, livro que aborda a estética e a linguagem da pixação e da arte de rua. Embora o Brasil seja atualmente referência mundial em arte de rua, existe uma escassez muito grande no que diz respeito a literatura produzida no país sobre o tema. Em Uivo dos Invisíveis, Bebeti traça o caminho da cultura popular até a arte de rua. O livro começa explicando o conceito de arte, de crítica de arte, estética, dá umas pinceladas no feminismo, literatura Beat, contracultura, antiarte, transvanguarda e hip hop, até chegar na arte de rua como a conhecemos hoje. Aqui a autora explica a diferença entre grafite e pixo, e lembra que pixo (com x) é uma expressão tipicamente brasileira.
“No Brasil, a arte precisa se aburguesar para ter visibilidade e com isso admitimos, mesmo sem querer, que há pessoas invisíveis e sem voz em nossa sociedade classista e opressora. Sabemos que a arte é um diferenciador de classes. Sabemos também que uma nova cultura está surgindo no Brasil mas é preciso abrir as mentes e os olhos para vê-la. Essa cultura é forte e se chama cultura da periferia” – Bebeti do Amaral Gurgel
“O grafite e o pixo”, afirma Bebet, “fogem da estética da cultura dominante e são expressões culturais da periferia, são manifestações culturais legítimas vindas do povo, arte que não está trancada em museus ou galerias. São manifestações sérias e complexas que não segregam”.
Com prefácio da filósofa e escritora Marcia Tiburi, Uivo dos Invisíveis é uma publicação da editora Chiado.
