O alienígena conhecido apenas como Predador fez sua estréia no filme homônimo de 1987 estrelado por Arnold Schwarzenegger e rapidamente se tornou um dos monstros clássicos do cinema. Porém essa história poderia ter sido muito diferente.
O filme original de 87 viria a ser o primeiro de uma série, além da série spinoff, Alien vs. Predador. Porém Predador mantém sua posição entre os clássicos do cinema de terror e de ação. Enquanto Alien: O Oitavo Passageiro, de 1979, havia com sucesso levado o terror para a ficção científica, Predador utiliza o terror e o sci-fi no universo dos filmes de guerra. Porém as curiosidades por trás dos bastidores e origens do monstro valiam um filme por si só. De louva-deuses vermelhos gigantes à monstros boxeadores do espaço, confira aqui a gênese turbulenta do monstro rasta mais popular do cinema.
Predador vs… Rocky?
Ninguém poderia imaginar que a franquia Rocky, série de filmes sobre o boxeador Rocky Balboa, interpretado por Sylvester Stallone, poderia ter alguma coisa a ver com o thriller sci-fi, Predador, porém pode-se dizer que o monstro nasceu exatamente nos ringues. Alguns meses após o lançamento de Rocky IV, uma piada começou a circular por Hollywood: Quem Rockyiria enfrentar depois de sua luta com o boxeador da extinta União Soviética, Ivan Drago? Um alienígena invencível do espaço? Os roteiristas Jim e John Thomas tomaram o personagem como inspiração para a primeira versão do roteiro, inicialmente chamado Hunter (Caçador). O roteiro chegou na FOX e foi entregue sobre os cuidados do produtor Joel Silver, que inspirado em sua experiência com o filme Comando Para Matar (Commando, também estrelado por Arnold Schwarzenegger) insistiu em transformar o projeto em um filme de ação de grande orçamento. Se Schwarzenegger havia enfrentado um exercito inteiro sozinho em Comando Para Matar, o austríaco precisava do oponente intergalático mais do que Stallone.
Inferno sem monstro
As gravações do filme começaram em abril de 1986 nas florestas de Palenque, no Mexico, perto de Villa Hermosa, Tabasco. Mas a maioria do filme foi realizada na cidade de Puerto Vallarta, também no México. A maioria da equipe sofreu com sérias diarreias em função de um problema que o hotel teve com a purificação da água. Segundo a biografia de Schwarzenegger, as gravações foram extremamente exaustivas. O ator precisava passar horas gravando imerso em água gelada e passou mais de três semanas gravando cenas coberto de lama para o seu confronto final com a criatura, tudo isso no frio úmido da floresta mexicana. Para completar o pesadelo, já com a produção avançada, ninguém sabia como seria o monstro título do filme. O design do monstro ainda estava atrasado e o figurino, animatrônicos e maquiagem precisavam ainda ser definidos. Quando a fantasia finalmente ficou pronta e enviada ao set, a surpresa não foi boa. O monstro inspirado em um louva-deus, não agradou a equipe. Além das versões insectóides, a fantasia ainda vinha em uma versão de espuma vermelha, mantendo somente a forma e características básicas da criatura, para as cenas onde o predador usa seu sistema de camuflagem. Para aplicar o efeito na pós-produção, a cor da roupa precisava se destacar ao máximo na floresta. Por isso o vermelho foi escolhido.
Entra Jean-Claude Van Damme
O roteiro original pedia um monstro que fosse como um ninja. Ágil e furtivo, em contraste à truculência militar do time de mercenários liderados por Arnold. O papel caiu nos ouvidos de Jean-Claude Van Damme. Recém chegado da Bélgica, o ator imaginou que um papel, mesmo que o de vilão, em um filme com Arnold Schwarzenegger ajudaria a consolidar sua carreira no cinema de ação. O ator afirmou em entrevista posteriormente que “Eles me informaram que o figurino seria uma malha e uma maquiagem sutil, meio humana, meio alienígena, em meu rosto”.
Em seu primeiro dia, foi apresentado à versão vermelha do figurino. Sem saber do efeito de camuflagem, o ator belga ficou furioso. “O que é essa coisa?! eu pareço um super herói”. Mesmo depois do esforço da equipe em explicar sobre o efeito que seria aplicado na pós produção e que aquele não seria a imagem final do monstro, Van Damme não estava feliz. A equipe gravou apenas uma diária fazendo testes com a fantasia. Os takes foram enviados ao estúdio que insatisfeitos resolveram rever o design, e o orçamento para o monstro. Van Damme que não havia ficado nada feliz com o fato de ficar irreconhecível para o papel, abandonou o projeto.
Em seu primeiro dia, foi apresentado à versão vermelha do figurino. Sem saber do efeito de camuflagem, o ator belga ficou furioso. “O que é essa coisa?! eu pareço um super herói”. Mesmo depois do esforço da equipe em explicar sobre o efeito que seria aplicado na pós produção e que aquele não seria a imagem final do monstro, Van Damme não estava feliz. A equipe gravou apenas uma diária fazendo testes com a fantasia. Os takes foram enviados ao estúdio que insatisfeitos resolveram rever o design, e o orçamento para o monstro. Van Damme que não havia ficado nada feliz com o fato de ficar irreconhecível para o papel, abandonou o projeto.
O samurai Rastafari
A salvação veio por conta de Stan Winston, indicado por Arnold Schwarzenegger, com quem havia trabalhado no primeiro Exterminador do Futuro. Winston é um mestre dos efeitos especiais, responsável por criaturas animatrônicas de filmes como Aliens, Jurassic Park e Edward Mãos de Tesoura. Os primeiros conceitos do monstro foram rascunhados em um vôo para o japão. Para a criação do Predador que todos conhecemos, Stan buscou criar algo como um guerreiro Rastafari, com traços e armadura que também lembram um Samurai.
Mesmo assim, supostamente, dois takes com Jean-Claude Van Damme usando a infame roupa vermelha ainda podem ser vistos no filme. Claro, muito bem escondido sobre a camuflagem transparente alienígena. O filme foi um sucesso de bilheteria, ajudou a impulsionar ainda mais a carreira de Arnold Schwarzenegger e transformou o Predador em um monstro ícone da cultura ocidental.
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