O Grupo Corpo é uma companhia brasileira de dança contemporânea reconhecida internacionalmente que atua há mais de 40 anos desenvolvendo espetáculos de dança. Vem saber mais sobre a história do grupo no NA-NU!
O Grupo Corpo é uma companhia de dança contemporânea sediada em Belo Horizonte, Minas Gerais. Fundada por Paulo Pederneiras (diretor-geral), Rodrigo Pederneiras (inicialmente bailarino e depois coreógrafo), Pedro Pederneiras, Miriam Pederneiras, Mariza Pederneiras, Fernando de Castro, Carmen Purri (Macau), e Cristina Castilho, o Grupo Corpo surgiu em 1975, após Rodrigo Pederneiras participar de uma oficina com o bailarino argentino Oscar Araiz durante o Festival de Inverno da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O primeiro espetáculo desenvolvido pelo Grupo Corpo foi Maria Maria apresentado em 1976 com a música de Milton Nascimento. O espetáculo, com coreografia de Oscar Araiz e roteiros de Fernando Brant foi um grande sucesso sendo encenado em 14 países, ficando em cartaz no Brasil até 1981.
A primeira sede da companhia surgiu em 1978 e, enquanto o primeiro grande espetáculo percorria o mundo, o Grupo Corpo apresentou outras seis coreografias assinadas por Rodrigo Pederneiras que, assumiu o cargo de coreógrafo-residente a partir de 1981. Ao lado de Paulo Pederneiras – diretor artístico da companhia e responsável pela iluminação e cenografia, Rodrigo e a companhia ganhavam o público e a crítica, e aos poucos construíam uma identidade autêntica e de sucesso.
Em 1985, a companhia encenou mais um espetáculo sucesso de bilheteria no I Festival Internacional de Dança do Rio de Janeiro: Prelúdios! A criação do espetáculo surgiu a partir de leitura cênica da interpretação do pianista Nelson Freire para os 24 prelúdios de Chopin. Adquirindo reciprocidade do público e prestígio da crítica, o grupo então passou a fazer parte das grandes companhias de dança, consolidando-se no cenário artístico nacional.
A partir de repertórios eruditos com obras de Richard Strauss, Heitor Villa-Lobos e Edward Elgar, entre outros, novos espetáculos foram desenvolvidos combinando técnicas clássicas e releituras contemporâneas transformando a identidade do grupo.
No final da década de 1980 o grupo apresenta Missa do Orfanato uma tradução cênica da Missa Solemnis k.139, de Mozart, mesclando ópera, dança e interpretação num espetáculo tão magnífico que mesmo vinte anos após a estreia permaneceu em repertório.Na década de 1990 o grupo estreou 21 – espetáculo que trouxe uma nova identidade, sendo um divisor de água e afirmando o sucesso da companhia.
Com coreografia de Rodrigo Pederneiras, o espetáculo tomou forma a partir da oficina Uakti, que trazia em sua sonoridade dez temas compostos por Marco Antônio Guimarães. A dança apresentada no espetáculo quebrava as barreiras da forma e trazia a superfície movimento e interpretação em sintonia com o ritmo e a música.
O resgate em trabalhar com trilhas especialmente compostas para os espetáculos – que havia marcado os três primeiros espetáculos do grupo na década de 1970 – agora avançava um estudo mais elaborado da dança e uma identidade mais significativa com as raízes brasileiras.
A década de 1990 foi muito promissora para o Grupo Corpo, transitando pelo erudito e o popular a companhia ganhou destaque internacional, além de promover parcerias com artistas contemporâneos.
O espetáculo Nazareth (1993), inspirado no jogo de espelhamento proposto em contos e romances de Machado de Assis e na obra musical de Ernesto Nazareth, ganhou trilha sonora do compositor e professor de teoria literária José Miguel Wisnik.
Na mesma época o grupo foi convocado como companhia residente na Maison de La Danse em Lyon, na França, permanecendo por cinco anos consecutivos com os repertórios Bach, Parabelo e Benguelê – este último com trilha sonora de João Bosco.
Sete ou Oito Peças para um Ballet, de 1994, traz composições de Philip Glass; Arnaldo Antunes trouxe o pop urbano para o espetáculo O Corpo, 2000; Santagustin, de 2002 tem Tom Zé na trilha sonora, Tom Zé, Lecuona, de 2004, inspirada em treze canções de amor do cubano Ernesto Lecuona, também é outro destaque. Os versos de Luís de Camões e Gregório de Mattos ganham movimento numa parceria entre José Miguel Wisnik e Caetano Veloso no espetáculo Onqotô, de 2005.
O mestre Lenine também compartilha sua sonoridade em Breu, de 2007 e mais tarde em Triz de 2013. Em 2009, o espetáculo Imã ganha acordes dos músicos Moreno, Domenico e Kassin. José Miguel Wisnik permanece assinando as trilhas da companhia, trazendo mais parcerias musicais e releituras: ao lado de Carlos Nuñez em 2011 o Grupo Corpo estreia o espetáculo Sem Mim, apresentando canções medievais de Martín Codax.
Com mais de 30 coreografias e mais de 2 mil récitas na bagagem, o Grupo Corpo, mantém hoje cerca de 10 balés em repertório, fazendo uma média de 70 récitas anuais, além de se apresentar pelo mundo inteiro. México, Canadá, Islândia, Líbano, França, Japão, Itália, Cingapura e Coréia do Norte são alguns dos países por onde a companhia já passou.
Atualmente o grande mestre da dança Paulo Pederneiras é do diretor artístico da companhia, ao lado de Rodrigo Pederneiras que assina as coreografias. Carmen Purri assina a direção de ensaios ao lado de Bettina Belomo, maître de ballet. Ágatha Faro, Bianca Victal, Carol Rasslan, Dayanne Amaral, Edimárcio Júnior, Edson Hayzer, Elias Bouza, Filipe Bruschi, Grey Araújo, Helbert Pimenta, Janaina Castro, Karen Rangel, Luan Batista, Lucas Saraiva, Malu Figuerôa, Mariana do Rosário, Rafael Bittar, Silvia Gaspar, Williene Sampaio e Yasmin Almeida formam o corpo de 21 bailarinos da companhia.
Confere abaixo alguns espetáculos desenvolvidos pela companhia:
Espetáculo Dança Sinfônica, de 2015:
Espetáculo Triz, de 2013:
Espetáculo Sem Mim, de 2011:
Espetáculo Imã, de 2009:
Espetáculo Onqotô de 2005:
Espetáculo Santagustin, de 2002:
Espetáculo O Corpo, de 2000:
Espetáculo Benguelê, de 1998:
Para assistir mais vídeos sobre os espetáculos, as criações e os bastidores do Grupo Corpo através do canal oficial no Youtube clicando aqui.
O NA-NU já publicou sobre o mestre Paulo Pederneiras no NA-NUTFLIX, compartilhando o documentário Figuras da Dança, dirigido por Inês Bogéa e produzido pela São Paulo Companhia de Dança (SPCD) que conta um pouco de sua biografia e trajetória artística. E você pode assistir na íntegra clicando aqui.
Mais sobre o Grupo Corpo clique aqui. Ou acompanhe através do Facebook.
Mais sobre Dança? Clique aqui.
Mais curiosidades sobre arte e artistas? Continue NA-NUZEANDO!