Vem conferir a trajetória de Big Mama Thornton, musa do blues!

Confira a trajetória e um pouco da biografia de Big Mama Thornton musa do Blues e do Rock n’ Roll.

Big Mama Thornton nasceu Willie Mae Thornton em 11 de dezembro de 1926, na cidade de Montgomery, Alabama, Estados Unidos. Filha de um pastor e de uma cantora, iniciou seu caminho na música ainda pequena, ao lado dos irmãos, na Igreja Batista que frequentava. Em 1941, após a morte de sua mãe se mudou de Montgomery e partiu em busca de sua carreira.

Sammy Green’s Hot Harlem Revue foi a banda a qual obteve reconhecimento na cena musical. A parceria entre Big Mama e o grupo se manteve por sete anos, onde a cantora desenvolveu sua identidade e experiência de palco. Em 1948, se mudou para Houston (Texas) e dois anos depois,  se juntou aos cantores Little Esther e Mel Walker se apresentando em shows organizados pelo empresário Johnny Otis (um dos mais importantes personagens brancos da história do rhythm & blues) que também era baterista e pianista. Uma dessas apresentações ocorreu no Apollo Theather, em Nova York onde surgiu o apelido Big Mama. 

Em 1951, voltou à Houston e assinou contrato de cinco anos com Don Robey da gravadora Peacock Records. Big Mama compunha canções, tocava gaita e se apresentava com a banda de Louis Jordan em uma boate, onde conheceu músicos famosos como Junior Parker, Lightning Hopkins, Fulson Lowell, e Gatemouth Brown. Foi nessa época também que Thornton aprendeu a tocar bateria.  Em 1952 gravou o hit Hound Dog que ficou em primeiro lugar na parada R&B da Billboard R&B Charts (permanecendo por 7 semanas).  O single They Call Me Big Mama vendeu quase dois milhões de cópias e Elvis Presley chegou a regravar a música, numa versão feita por Freddie Bell and The Bellboys, alguns anos depois. Após o lançamento de Hound Dog Big Mama saiu em turnê em 1953 com alguns de seus velhos amigos, Junior Parker e Johnny Ace, e depois com Gatemouth Brown em 1956.

Studio na Colab55

Uma das histórias mais marcantes de sua biografia aconteceu em 1954, ano em que Big Mama presenciou a morte acidental de Johnny Ace. Em uma entrevista ela contou que Johnny estava sentado com sua namorada Olivia no colo, brincando com sua arma, apontando. Com Thornton a sua frente, ao apontar a arma na sua direção, ela disse para ele apontar para outro lado. Johnny então encostou a arma na cabeça de Olivia. Thornton novamente o repreendeu gritando para ele parar, ou acabaria matando alguém. Johnny respondeu que não havia nada para se preocupar, pois a arma estava com apenas uma bala e ele sabia exatamente onde ela estava, ele então apontou a arma para si mesmo e puxou o gatilho. Em 1960 Big Mama se mudou para San Francisco tocando gaita e bateria em alguns clubes locais. Em 1961, gravou ao lado do mestre Lightnin’ Hopkins a música  Ball ‘n’ Chain que também ganhou versão e fama na voz de Janis Joplin anos mais tarde. Em 1964 realizou uma turnê na Europa com a American Folk Blues Festival.

Em 1966 gravou o disco Big Mama Thornton in Europe com o selo Arhoolie, gravadora com quem iria assinar mais três álbuns. Um com Muddy Waters (ainda em 1966), que ‘adotou’ Big Mama levando-a para Chicago para integrar sua banda composta por guitarra amplificada, harmônica, piano e bateria; e outro no ano seguinte intitulado Big Mama Thorthon Vol. 2. Em 1969 Big Mama já estava com a gravadora Mercury quando lançou Stronger Than Dirt álbum com as versões de Born Under a Bad Sign, Let’s Go Get Stoned, Hound Dog, Ball ‘n’ Chain e Rollin’ Stone. Com a mesma gravadora lançou em 1970 The Way It Is disco com os grandes sucessos Sweet Little Angel, Baby Please Don’t Go / Got My Mojo Workin’ e Rock Me Baby.

Um ano depois (1971) lançou o disco Saved, desta vez pelo selo Pentagram, com os hits Down By The Riverside, Swing Low, Sweet Chariot e Go Down Moses. Anos mais tarde (1975) fechou contrato com a gravadora Vanguard e lançou o disco Jail com versões de seus hits mais famosos e alguns singles novos como Jail, Little Red Rooster e Sheriff O.E & Me. No mesmo ano saiu Sassy Mama! contendo sete canções, entre elas, Big Mama’s New Love, Mr. Cool, Everybody Is Happy (But Me) e a canção que leva o nome do disco. Ainda gravou outros três álbuns: Misty (1976), pela gravadora Trio Records numa parceria com Takehiro Honda, pianista e tecladista japonês, casado com a cantora de Jazz Chico Honda; Mama’s Pride (de 1978, ainda com selo Vanguard)  e um álbum ao vivo com B.B King e Muddy Waters (1982). Participou de dezenas de festivais como o Monterey Jazz Festival, Newport Folk Festival e o Ann Arbor Blues Festival, ao lado de grandes nomes do blues.

Em 1979, ela participou do São Francisco Blues Festival, já com a saúde debilitada. Big Mama Thornton morreu em 25 de julho de 1984, devido à uma parada cardíaca, e deixou um legado digno de ser ouvido e apreciado. No mesmo ano de sua morte o nome da cantora foi inserido na lista de músicos que contribuíram significativamente para o blues no Blues Foundation’s Hall of Fame. 

Nos anos 2000, Big Mama Thornton foi homenageada em um espetáculo de dança chamado Sweet Willie Mae. Ela também foi parte de uma exposição no Museu da Mulher, em Dallas, e sua versão de Hound Dog toca continuamente em uma sala dedicada às mulheres que fizeram história na música.

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