Quadrinhos em Curitiba é uma pesquisa de Fulvio Pacheco
No ano de 2006 era lançada o 1º numero da revista em quadrinhos Quadrinhópole. Segundo Leonardo Mello (2006), o grupo constituído de André Caliman, Joelson Souza, Anderson Xavier, entre outros, começou a se encontrar na Gibiteca em 2000. Tinham vontade de publicar uma história em quadrinhos e foram se aprimorando: “…os desenhistas freqüentavam o curso do José Aguiar e foram melhorando cada vez mais. Hoje, inclusive, muitos deles trabalham na área”. O grupo achou que estava pronto em 2006 e aproveitaram o 24º aniversário da Gibiteca para lançar o primeiro número da revista.
Os roteiros, na sua maior parte, foram feitos por Leonardo Mello. Os desenhistas envolvidos inicialmente eram André, Joelson e Anderson. Depois foram acrescidos de Thiago Oliveira, Isaac Santos, Abs Moraes e Jean Okada.
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O grupo foge do gênero super-herói e investe em gêneros de aventura, ficção, horror, suspense e drama, tentando agradar o maior número de leitores possível. Leonardo distribui os roteiros, que abrangem esses gêneros, entre os desenhistas, segundo o traço de cada um: “As histórias do imortal Jason de Ely, por exemplo, seguem uma linha mais aventuresca. O traço do André ficou perfeito na história e poderíamos enquadrá-la como ficção histórica-fantástica. Mas há outras histórias mais urbanas, como foi o caso do Seqüestro Relâmpago da primeira edição, que já se encaixaria numa espécie de drama policial e foi desenhada pelo Joelson … começamos a publicar Insanidade, um conto de suspense com uma certa tensão psicológica, que levou o lápis do Isaac Santos”. (Mello, 2006).
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Um ano após o lançamento do primeiro número, a Quadrinhópole lançou em sua quinta edição, sua maior e mais curitibana edição graças à história de 92 páginas de Fulvio Pacheco intitulada Lobo da Estrada. O personagem central, que dá nome à história, é baseado em um lobisomem que o imaginário popular criou na região metropolitana da cidade, um herói que segue quase todos os passos da trilha convencional dos heróis.
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Lobo é um caminhoneiro ao chegar com sua preciosa carga em Curitiba, vai encontrando diversas figuras que como ele fazem parte das lendas locais, personagens como a Loira Fantasma, o Motoqueiro do Ácido, o Violeiro do brejo Imboguassu, a Encantada da Ilha do Mel e o Vampiro de Curitiba com suas Polaquinhas. Este último fazendo referência aos personagens de Dalton Trevisan. O Lobo, também encontra pessoas reais sobre as quais mitos rondam sua existência, como A santa Maria Bueno, o palhaço Chic Chic, do Circo Queirolo, os escravos do navio Astro, o Samurai Hara, a bruxa Ana Formiga e Miguel Bakun, o Van Gogh local. Ainda temos aqueles personagens dos quais há dúvida de sua existência, como o Pirata Zulmiro e o Indio Tindiquera que teria marcado o lugar de fundação de Curitiba. Constatações levantadas durante a pesquisa das referências é que uma parcela é lenda e outra realidade de todos esses personagens. O que caracteriza todos como folclóricos inclusive os verídicos.O enredo nos apresenta uma visão fragmentada de fatos históricos, folclore e a narrativa ficcional. Assim, uma pesquisa com suas devidas referências é apresentada ao final da publicação, separando os fatos do folclore dos acontecimentos.O grupo tinha como interesse englobar outros públicos, relacionando sua revista à shows de rock, peças de teatro, entre outros veículos artísticos. A equipe que desenvolveu a revista é um bom exemplo de como a Gibiteca influencia a produção local. Segundo Leonardo (2006): “Nós somos as “traças” da Gibiteca e ela é nosso quartel general”, como antes já havia sido o quartel general do Boca Maldita Comics, do Núcleo de Quadrinhos , e de onde saiu José Aguiar, que foi professor dos meninos do Quadrinhópole e do NA-NU.
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