Uma pesquisa de Fulvio Pacheco
Na década de 70, com os movimentos contestatórios despertaram os quadrinhos alternativos, uma brecha se abriu para o quadrinho local entre os quadrinhos norte-americanos que dominavam o mercado.
Embalada nesta linha, surgiu em 1972 a primeira manifestação da contracultura underground local, a publicação Isso, que se resumiu a um único número.
Segundo o tabloide Nicolau 15/1988, a publicação Josnath foi fruto da união entre o cineasta Valêncio Xavier e o artista plástico Rones Dunke, inspirado nas fotografias de filmes mudos publicadas na revista Scena Muda. Esses quadrinhos foram publicados no Diário do Paraná, em 1972, em forma de tiras, onde o protagonista Josnath se envolve em aventuras policiais de linguagem cinematográfica. A arte desta história em quadrinhos é considerada nitidamente decalcada das fotos de cinema.
Alguns cartunistas se destacavam nesta época, como Dante Mendonça, que começou em 1971, e se dedicou exclusivamente ao cartum, fato inédito até então, segundo Imagure (1988). Também se destacaram Dante, Miran e Solda, que tiveram seus trabalhos vinculados a Antologia Brasileira de Humor, da L&PM de Porto Alegre.
A partir daí, segundo Imagure (Gibitiba,1982) o Estado do Paraná manteve, por aproximadamente um ano, trabalhos de Círico, Cortiano, Dante, Guinski e Zauteg, publicados diariamente.
Casa de Tolerância, em apenas três números, foi uma publicação promovida em 1976, por um grupo de quadrinistas encabeçados por Edson Cortiano. O boletim Gibitiba, surgiu em 196, na casa Romário Martins foi onde se iniciou a pensar na Gibiteca de Curitiba.
Finalizando esta década, já fora da Grafipar, O Jugo do Bicho, por Douglas Mayer, é publicado em 1978. No ano seguinte, a antologia Pra Mim Chega, de seis cartunistas, coordenada por Rettamozo, é publicada em 1979 pela editora Beija Flor. Também é editada Humor na Biblioteca, pela Codecri, com trabalhos resultantes de um concurso homônimo.