Quadrinhos em Curitiba é uma pesquisa de Fulvio Pacheco
Em 1998, é lançado o primeiro número do Almanaque Entropya, coletânea de trabalhos de artistas curitibanos, encabeçada pelo editor RHS (Rafael Silveira) , que é um veterano fanzineiro, e que, através desta publicação, abriu espaço para os quadrinistas fugirem dos padrões comerciais e assim fazerem quadrinhos de autor, dando liberdade ao estilo próprio, e procurando evitar o quadrinho infantil e a ficção científica. A intenção era fazer uma revista em quadrinhos alternativa e independente onde, além de quadrinhos, pode-se ver muito experimentalismo visual, seqüencial, poesia e até fotonovela, identificando essa revista como uma publicação underground, que muito remete aos fanzines feitos em Curitiba, representando bem esta linguagem alternativa forte na cidade.
A Faculdade Curitiba foi a viabilizadora do projeto, graças a sua gráfica. Assim, RHS, auxiliado por Antônio Eder, lançou esta revista com 62 páginas, em papel offset, somente com a capa colorida, no formato 15 x 21, da qual participaram RHS, G-lerm, Brik, Carla Silveira, Fabian Oliveira, Ednei S, José Aguiar, Eduardo Chaiben, Luciano Lagares, Offman, Clayton, Neigmar de Souza, Regina Bustolim, Irineu, Jairo e Elton Rodriguez.
A revista se estendeu até o terceiro número, em 2000, quando o Almanaque Entropya passou por uma reformulação. Segundo RHS (2001), “…resolvemos mais primar pela qualidade e menos pela quantidade”. A revista independente teve uma mudança na proposta editorial, e foi relançada como a edição Entropya Número Zero, trazendo assim desde pseudobiografias até experimentos inusitados com o seu conteúdo. Foram cortadas as fotonovelas e poesias.
Neste terceiro número, os autores exploraram um tema em comum – O Carnaval. O assunto foi interpretado de várias maneiras, mostrando a visão de cada autor sobre o mesmo. Mas acabou se tornando um manifesto anti-carnaval. RHS, justifica (2001): “Nossa cidade não tem tradição de carnaval. Por coincidência acabou saindo uma revista anti-carnaval. Falamos do exagero e de como ela é a caricatura do país“. Neste, que foi o último número da revista, assim como nas outras duas, as histórias variaram de uma a seis páginas, e apresentaram diversos estilos de arte e narrativa, da qual participam Antonio Eder, Jairo e Elton Rodrigues, José Aguiar, Luciano Lagares, Offman, Irineu, G-Lerm, Clayton, Eduardo Chaiben, André Ducci, Rogério Coelho, Abs Moraes e Brik.