Mostra Lucia Camargo, na 33ª edição do Festival de Curitiba

Com aproximadamente 30 espetáculos, a Mostra Lucia Camargo tem como marca a diversidade contemporânea e a representatividade

O Festival de Curitiba, um dos mais importantes eventos de artes cênicas do Brasil, chega em sua 33ª edição, que ocorre de 24 de março a 6 de abril de 2025. O evento irá reunir espetáculos teatrais premiados e aclamados pelo público, assim como estreias nacionais, dança, circo, humor, música, oficinas, shows, performances e gastronomia.

A Mostra Lucia Camargo, com aproximadamente 30 espetáculos selecionados pela curadoria que segue para o seu terceiro ano de atuação, formada pela produtora e pesquisadora Daniele Sampaio, a atriz e diretora Giovana Soar e o dramaturgo e crítico teatral Patrick Pessoa, a Mostra Lucia Camargo tem como marca a diversidade contemporânea do teatro nacional e internacional e a representatividade de diferentes grupos. “Temos certeza que essa será uma edição memorável, com dezenas de nomes consagrados, montagens aclamadas pelo público e sucessos de crítica”, comenta a também diretora do Festival de CuritibaFabíula Passini“Recebemos a proposta da curadoria desta edição com bastante entusiasmo, não só pela pluralidade, qualidade e sucesso dos espetáculos, mas também pela amplitude geográfica, vindo de diferentes regiões do Brasil, além de países como Argentina e Uruguai”, completa.

Prima Facie, monólogo de Débora Falabella, com direção de Yara de Novaes

Em um dos mais importantes teatros do Paraná, o Guairão, estarão em cartaz espetáculos como Prima Facie, primeiro solo de Débora Falabella, que chega ao Festival após imenso sucesso, causando comoção nacional e internacional, e com três indicações ao Prêmio Shell, de Melhor Atriz, Melhor Direção e Melhor Música; o aguardado musical Ray – Você Não Me Conhece, que retrata a trajetória de Ray Charles desde os primeiros passos na música até sua consagração como um dos maiores ícones, ressaltando sua luta pelos direitos civis e o papel como voz contra as injustiças sociais; a comédia romântica Brilho Eterno, com Reynaldo Gianecchini e Tainá Müller, altamente aclamada pela crítica e que conquistou quatro prêmios, incluindo o de Melhor Espetáculo no Prêmio Bibi Ferreira; O Céu da Língua, espetáculo de Gregorio Duvivier com direção de Luciana Paes que estreará em Curitiba após sucesso de público e de críticas em  Portugal e no Rio de Janeiro; e a comédia Avesso do Avesso, em que ao apresentarem histórias de supostos casais, Heloísa Périssé e Marcelo Serrado vivem vários personagens em esquetes que conduzirão a plateia às gargalhadas.

Brilho Eterno, com Reynaldo Gianecchini e Tainá Müller, foto Joana D’Aguiar

No Guairinha, a estreia nacional de Daqui Ninguém Sai, novo espetáculo do Teatro de Comédia do Paraná, com direção de Nena Inoue. A montagem apresenta mais de 30 contos de Dalton Trevisan, que completaria 100 anos em 2025, e trechos de cartas inéditas do autor com outros escritores, tendo em seu processo de criação a participação do contista curitibano.

Também o drama Alaska, em que pela primeira vez em sua carreira, Rodrigo Pandolfo dirige e atua ao mesmo tempo em uma história misteriosa que gera uma grande porta aberta para diferentes interpretações do público; a tragédia Rei Lear, posicionada entre os melhores espetáculos pela Folha de São Paulo no último ano, conecta a dramaturgia shakespeariana ligada à vida da drag queen contemporânea, tendo o protagonista sido indicado ao Premio Shell de melhor ator; além disso o drama Júpiter e a Gaivota – É Impossível Viver Sem o Teatro, em que a Companhia Setor de Áreas Isoladas cria uma nova escritura cênica da obra A Gaivota, do russo Anton Tchékhov, para discutir a ideia de amor e evocação nos tempos atuais, a partir de uma leitura feminina, contemporânea e brasileira; e Nebulosa de Baco, da premiada companhia curitibana Stavis-Damaceno, com dramaturgia de Marcos Damaceno, que traz para a capital paranaense pela primeira vez o seu novo espetáculo, sucesso de críticas em sua estreia no Rio de Janeiro, com Rosana Stavis e Helena Jorge.

Alaska, Foto por: Chico LimaCelso Lemos

Já no Teatro José Maria Santos, a peça contemporânea Cabaré Haikai, que parte de obras consagradas de Paulo Leminski, que completaria 80 anos em 2024, com sua filha Estrela Leminski na dramaturgia, reflexiona sobre seu legado como poeta e escritor, mas também consagra a sua vertente musical; o drama Língua, uma elogiada trama criada em português e em Libras para refletir sobre os impasses de comunicação universais, sem colocar a condição de surdez como tema central da história, conta com diração de Vinicius Arneiro; o espetáculo A Última Ceia, projeto que teve sua estreia em 2024 no Kunsten Festival des Art (Bruxelas), tendo sido apresentado também no Kaserne Theatre (Basel), Theaterformen (Braunschweig), Sophiensaele (Berlin) e em São Paulo (Casa do Povo), em uma peça-jantar que parte do famoso quadro homônimo de Leonardo Da Vinci e do acontecimento bíblico para se perguntar sobre como criar uma imagem final que persista, ainda que aquele grupo não exista mais; o documentário contemporâneo Homens Pink, da La Vaca Companhia de Artes Cênicas, de Florianópolis, projeto que iniciou sua trajetória com um premiado filme documentário, traz ao palco do Teatro José Maria Santos uma performance que celebra o orgulho da ancestralidade LGBT+; e Sebastião, um musical da companhia Ateliê 23, de Manaus, inspirado no livro Um Bar Chamado Patrícia, do estilista Bosco Fonseca, que traz à cena questionamentos e afirmações sobre corpos que ainda são postos à margem dos cuidados e do direito à existência.

No Teatro da Reitoria, a Companhia Brasileira de Teatro traz o contemporâneo AO VIVO [dentro da cabeça de alguém], com texto original e direção de Marcio Abreu, com Renata Sorrah, Rodrigo Bolzan, Rafael Bacelar, Bárbara Arakaki e Bixarte, com montagem formada por diferentes elementos de diversos campos de memória dos artistas que a compõem; também o drama musical Bom Dia, Eternidade, do Grupo O Bonde, em que em cena os atores e atrizes são espelhados por músicos com mais de sessenta anos, alguns influentes pré bossa-nova, num jogo cênico carregado de simbolismo; o famoso drama IN ON IT, sucesso de público e crítica, estrelado por Emílio de Mello e Fernando Eiras, que volta depois de 15 anos com uma temporada aclamada em 2024; e o premiado espetáculo porto alegrense de dança urbana Trivial – Um Espetáculo de B-Boys, que traz à cena seis bailarinos da periferia, que cruzam o trivial cotidiano e as dificuldades comuns da região em que vivem e o preconceito com a expressão artística, em que dançar breaking é a forma de expressão e profissão que sustenta.

Na Caixa Cultural Curitiba, dois espetáculos premiados internacionais, sendo a performance No Estoy Solo, diretamente da Argentina, em que Iván Haidar, um dos mais importantes coreógrafos do país vizinho, usa o toque como ferramenta para ativar os sentidos como veículo de comunicação; e o uruguaio El Desmontaje, um híbrido entre conferência, documentário e peça de teatro, que destaca a respeitada dançarina, coreógrafa, atriz, diretora e professora de literatura Jimena Márques, e abre a possibilidade de redefinição da cena, questionando diferentes formas possíveis.

No Teatro Cleon Jacques, a estreia nacional de Gaviota, vindo também direto da Argentina e aclamado pelo mundo todo, por meio de um drama que desafia as convenções teatrais com um elenco feminino notável, em que quase não há limite entre o espaço da ficção e o do público; e a montagem experimental O Fim É Uma Outra Coisa, premiada no 8º Prêmio Leda Maira Martins, da atriz e pesquisadora da culinária afro mineira Zora Tikar Santos, que conduz um encontro em que seus saberes alquímicos e ancestrais estão em jogo entre suas memórias, sonhos e as influências indígenas e negras no país.

O Teatro Paiol recebe Monga, direto de Fortaleza, Ceará, da Catástrofe Produções e Corpo Rastreado, em uma continuidade da pesquisa de Jéssica Teixeira iniciada no seu primeiro solo E.L.A (2019), em que o seu corpo estranho se fez matéria bruta para suas construções dramatúrgicas.

E para finalizar, dois espetáculos gratuitos na Mostra Lucia Camargo, o Laborioso Contato: Um Palhaço Anuncia o Fim do Mundo, na Ruína de São Francisco, que mistura a música, o circo, o teatro de animação e a dança em um solo performático, que tem como principal objetivo abordar temas despóticos; e o aclamado e super aguardado A Velocidade da Luz, na Praça Santos Andrade, dirigido pelo premiado argentino Marco Canale, em que a montagem é criada junto de pessoas idosas selecionadas em Curitiba, nascendo de suas memórias, dos conflitos do presente, da imaginação de futuro e de suas relações com a cidade que habitam. A montagem foi criada na Argentina (FIBA, 2017), Alemanha (Festival Theaterformen, 2019), Japão (Tokyo TOKIO Festival, 2021), Suíça (FAR – Nyon, 2022), Espanha (FIT de Cádiz, 2023), Brasil (Festival Mirada, 2024) e no Chile (Centro GAM, 2024).

Studio na Colab55

Bilheteria física do Festival de Curitiba fica no Piso L2 do Shopping Mueller (foto por: Lina Sumizono)

Os ingressos estão disponíveis pelo site oficial e pela bilheteria física no Shopping Mueller (Av. Cândido de Abreu, 127 – Piso L2, Centro Cívico).

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