Os Ilustradores de Oz que deram cor e forma ao mundo fantástico

Os ilustradores de Oz. Conheça o trabalho de W. W. Denslow, John R. Neill, Frank Kramer, Richard ‘Dirk’ Gringhuis e Dick Martin.

Por aqui no NA-NU já fizemos uma breve introdução ao universo fantástico de Oz, falamos sobre O Mágico de Oz e suas continuações escritas pro Frank L. Baum. Os livros de Oz, porém, foram pensados não apenas como uma narrativa literária, mas também como uma experiência visual. Utilizando-se de inovações no processo de impressão da época, Baum e seus colaboradores criaram obras com ricas e coloridas ilustrações que acompanham e contribuem com o texto. Em Oz, as cores não apenas adornam, mas fazem parte da história.

O trabalho dos ilustradores originais da série de livros de Oz fazem parte da mitologia e influenciaram e ainda influenciam as representações visuais do universo fantástico de Oz, seja no cinema, quadrinhos, teatro ou em reinterpretações de outros artistas visuais.

W. W. Denslow (William Wallace Denslow – 1856 – 1915) foi um ilustrador e caricaturista norte-americano, principalmente lembrado por ilustrar as primeiras obras de Frank L. Baum. Nascido na Filadélfia, radicou-se em Chicago, onde conheceu o escritor. Denslow pode ter conhecido Baum no Chicago Press Club, onde ambos eram membros. Colaboraram profissionalmente pela primeira vez quando Baum contratou Denslow para ilustrar seu periódico especializado em decoração de vitrines, The Show Window. Quando O Mágico de Oz foi lançado em 1900, Denslow já havia colaborado com Baum em publicações como Mother Goose in Prose (contos infantis, 1897), By the Candelabra’s Glare (coletânea de poemas, 1898) e Father Goose His Book (contos infantis, 1899).

Após o lançamento de O Mágico de Oz, o ilustrador ainda viria colaborar com mais uma obra de Frank L. Baum, Dot and Tot of Merryland, de 1901. Porém em 1902 Baum e Denslow se desentenderam durante o processo de adaptação de O Mágico de Oz para o teatro. Baum jurou nunca mais trabalhar com ele.

Denslow também lançou seus próprios títulos infantis como Denslow’s Mother Goose (1901), Denslow’s Night Before Christmas (1902) e a série Denslow’s Picture Books de 18 volumes (1903–04). Ele também usou seus direitos autorais sobre a arte dos livros de Baum para criar histórias em quadrinhos do Espantalho e do Lenhador de Lata entre 1904 e 1905. W. W. Denslow também ilustrou livros de outros autores, como The Pearl and the Pumpkin, de Paul West. Ele também é o criador da história em quadrinhos Billy Bounce, notável por ser uma das primeiras HQs em que o protagonista tem algum tipo de superpoder.

O dinheiro ganho com a sua parte nos direitos autorais de O Mágico de Oz renderam-lhe o suficiente para comprar uma ilha na costa das Bermudas, auto-coroando-se Rei Denslow I. Os últimos anos de Denslow, porém, foram marcados pelo declínio em sua carreira, reveses financeiros e fracassos pessoais. Tendo dissipado sua fortuna, morreu a 27 de maio de 1915, no esquecimento, de pneumonia.

Após o rompimento de Frank L. Baum e W. W. Denslow, John R. Neill (1877 – 1943) assumiu o papel de ilustrador das aventuras em Oz. O primeiro livro da série ilustrado por Neill foi The Marvelous Land of Oz, o segundo livro sobre Oz escrito por L. Frank Baum. Neill ilustrou 13 dos livros escritos pelo autor continuou a ilustrar os livros de Oz mesmo após a morte de Baum. A colaboração de John R. Neil para a obra de Ruth Plumly Thompson, que deu continuidade à saga de Oz, ajudou a agregar legitimidade aos olhos dos fãs. R. Neill, posteriormente, sucederia a Thompson como ‘historiador de Oz’ designado, escrevendo ele próprio vários livros da série.

Frank Kramer (1905 – 1993) foi o artista que ilustrou os livros de Oz escritos por Jack Snow, The Magical Mimics in Oz e The Shaggy Man of Oz. Kramer deixou uma carreira como contador de seguros para se tornar ilustrador. Produziu inúmeras ilustrações para revistas pulp em vários gêneros, incluindo ficção científica e fantasia, o que provavelmente levou Snow a selecioná-lo para ilustrar suas histórias. A maior parte de seu trabalho posterior foi para livros juvenis não-fantásticos, particularmente séries esportivas.

Richard H. “Dirk” Gringhuis (1918 – 1974) foi o artista que ilustrou o 39º livro de Oz, The Hidden Valley of Oz (1951). Ele estudou na American Academy of Art em Chicago. Escreveu e ilustrou 28 livros, metade deles sobre a história de Michigan. Atuou como curador de exposições no museu e professor associado de educação elementar na Michigan State University. Ele também teve experiência como produtor de televisão e apresentador com o programa Open Door to Michigan.

Dick Martin (1927 – 1990) foi o artista que ilustrou Merry Go Round in Oz (1963), o último livro da lista conhecida como Os Famosos 40 de Oz. Apesar de ter ilustrado apenas um livro da saga oficial de Oz, a contribuição de Martin para a história de Oz não é pouca. Ele também ilustrou outras obras relacionadas à Oz, incluindo Yankee in Oz (1972), The Enchanted Island of Oz (1976) e The Forbidden Fountain of Oz (1980). Escreveu e ilustrou The Ozmapolitan of Oz (1986). Além disso, produziu outros brinquedos e obras de arte com tema de Oz, colaborou com David L. Greene em The Oz Scrapbook (1977) e contribuiu para os primeiros esforços do The International Wizard of Oz Club em catalogar a literatura de Oz, o que mais tarde resultou na Bibliographia Oziana.

Os créditos de ilustração de Martin incluem uma série de outros trabalhos relacionados a Oz, como The Musical Fantasies of L. Frank Baum (1958) e The High-Jinks of L. Frank Baum (1959) de Alla T. Ford, Prince Silverwings (1982) e The Wizard of Way-Up and Other Wonders (1985) de Ruth Plumly Thompson.

Em 2018, o projeto A Arte Perdida de Oz foi criado para localizar e catalogar as artes originais sobreviventes que John R. Neill, W. W. Denslow, Frank Kramer, Richard ‘Dirk’ Gringhuis e Dick Martin criaram para ilustrar a série de livros Oz.

E se você se interessou pelo universo de Oz, acompanhe o NA-NU. A gente já vem há algum tempo realizando uma extensa pesquisa a respeito de toda história deste universo fantástico, suas principais adaptações, versões e spin-offs, além de seu impacto e relevância histórica, política e social.

Ao longo dos próximos meses o NA-NU irá publicar esta pesquisa em uma série de textos aqui no blog e em vídeos em nosso canal do Youtube. O projeto O NA-NU Apresenta: O Mágico de Oz é uma iniciativa do projeto de divulgação e produção artística NA-NU que vai trazer muita informação, arte e, em novembro de 2024, um evento muito especial na Gibiteca de Curitiba.