Caminho da Pedra é a mostra é assinada pelo artista plástico piauiense Demetrio Albuquerque apresentando técnicas da cerâmica pernambucana, e questionando a relação do ser humano com a pedra, desde o princípio da civilização. A pedra em paralelo com o homem que a esculpe.
Ferramentas e ornamentos criados a partir da pedra são muitas vezes são considerados o ponto de partida para a história da civilização construída por nossa espécie. Mesmo antes do homo-sapiens moderno, nossos antepassados e parentes próximos já utilizavam lâminas de pedra em diversas funções, como arma, para abrir castanhas, cortar madeira ou bambu e preparar couro. Também foi uma das primeiras matérias primas para a arte. E muito antes disso a pedra já vivia em constante transformação, do magma à erosão. Foi essa a inspiração para o artista plástico piauiense Demetrio Albuquerque crias as obras presentes em Caminho da Pedra. A exposição resulta do trabalho com técnicas da cerâmica pernambucana, pesquisa à qual o escultor se dedicou nos últimos anos. Na exposição, o artista evoca o pensamento do cientista escocês James Hutton (1726-1797), considerado o pai da geologia. Hutton teorizou sobre o mundo mineral afirmando que não poder haver “vestígio do começo e perspectiva do fim”, pois na natureza tudo se transforma. Segundo Demetrio, a intenção é narrar esse gesto artístico primordial sobre a pedra e suas transformações. A temática também passeia pelo sertão nordestino, cenário no qual se encontram vestígios de alguns dos povos mais antigos da América Latina, do encontro com colonizadores e, posteriormente, com outros povos.
Demetrio Albuquerque Silva Filho nasceu no Piauí em 1961. Arquiteto, iniciou as atividades como escultor frequentando atelies de escultores em Recife. Em 1987, ganhou o concurso para o Monumento Tortura Nunca Mais, monumento localizado na praça Padre Henrique, Recife, Pernambuco, Seguiu para Curitiba, onde fez o curso de escultura do Centro de Criatividade do Parque São Lourenço, com orientação do escultor Elvo Benito Damo. Ganhou o prêmio João Turim em 1991 no 1º Salão do Museu João Turim, em Curitiba, com as esculturas Migrante e Andaluz. Mudou-se para o Japão, onde fez curso de cerâmica (Yakimono) e realizou a exposição Karada, em Ashikaga-shi. Voltou para Pernambuco e se estabeleceu em Olinda, passando a produzir esculturas de grande porte em cidades nordestinas como A Pedra, Caboclo de Lança, Circuito dos Poetas do Recife, Dom Helder e o monumento ao poeta Augusto dos Anjos.
Caminho da Pedra, que já passou por Recife, e inaugura em Curitiba no dia 5 de abril, às 18h. Com entrada gratuita e audiodescrição, a exposição segue em cartaz até 3 de junho no MuMA (Museu Municipal de Arte), espaço que integra o Portão Cultural. Quer mais arte, cultura e entretenimento? Continue NA-NUZEANDO