Quadrinhos Em Curitiba: A Gibiteca no Solar do Barão e Festival do Gibi

Em abril de 1989, a Gibiteca de Curitiba foi deslocada para o Solar do Barão, na Casa da Baronesa, tornando-se em definitivo um espaço multicultural e ocupando 6 salas. Quadrinhos Em Curitiba é uma pesquisa de Fulvio Pacheco. 

Para marcar a mudança da Gibiteca para o Solar do Barão, realizou-se o Festival do Gibi. Segundo a sua coordenadora Márcia Squiba, a Gibiteca contou com o apoio e a participação da Editora Abril, da Revista Animal,  da Banca Tiragem Ltda (de São Paulo) e do HQ Mix,  entre outros. Participaram da organização, também, Key Imaguire Jr, Cláudio Seto e Guinski.

Studio na Colab55

Esse evento contou com as seguintes exposições: Abrademi – Associação Brasileira de Desenhistas de Quadrinhos e Ilustrações de São Paulo, Quadrinistas e Cartunistas do Paraná, Cartazes de Quadrinhos, Vinte e Cinco Anos de Super Herói Brasileiro, Didática da Editora Abril, Flávio Colin, Primaggio Mantovi, Moacir Rodrigues, Batman e Espaço Livre. As mesmas permaneceram durante um mês, como normalmente acontece com as exposições da Gibiteca.

Durante o Festival do Gibi, aconteceram lançamentos, como da revista O Espumoso, uma parceria entre Tako X e Tadeu Brasil, publicação independente e que contava com as tiras do cachorro Espumoso. Também mostrava as aventuras de Silva da Silva, um personagem adulto, proveniente de tiras da Gibiteca, que se passavam no interior da mesma e tinham como personagem principal a Márcia, coordenadora da Gibiteca. Essa revista também contava com a participação do Marco.

Também neste festival aconteceu o lançamento de outra revista, em formato horizontal, como o Espumoso (um formato muito usado nesta época em publicações cartuns, como, por exemplo, o Garfield). A revista se chamava Pismuga de Carlos Chá, e o seu lançamento na Gibiteca aconteceu com os autógrafos do autor.

Ainda no Festival do Gibi , é lançada a publicação Magia do Circo desenhada por Luis Bellenda. Esta publicação reverenciava o circo, através da comemoração dos 100 anos de criação dos Irmãos Queirolo, em histórias em quadrinhos. Continha ainda reportagens sobre o Circo Queirolo, abordando palhaços, malabaristas, domadores, contorcionistas, bailarinas, atiradores de faca, mágicos e demais artistas que fazem parte desta tradição popular. Essa publicação foi viabilizada pelo governo estadual, que estava auxiliando e cadastrando todos os circos e grupos de teatro ambulante, e viabilizando lugares para suas apresentações. Dentre outros resultados deste apoio, surgiu essa publicação.

Além destes três lançamentos locais, aconteceram inúmeros outros como: Taturana Tulipa, com o autor Wanderley Felipe, Tio Patinhas, com Moacyr Rodrigues (um paranaense chefe de arte do grupo Disney da Abril), Combate Ninja, com a presença de Franco Rosa (crítico de quadrinhos da Folha da Tarde), Homem Aranha e Surfista Prateado, com a presença de editores e artistas da Editora Abril, Paralelas e Entidade Zero, com a presença de Watson Portela, Fantastic Man, Ninja e Udigrud, com a presença de Tony Fernandez, Ziraldo e Marcas Nada Patentes, com a presença de Ziraldo, e Níquel Náusea, com presença de Fernando Gonsales, entre outros.

Além de todos estes ilustres nomes da arte dos quadrinhos, que abrilhantaram o Festival do Gibi com seus lançamentos, outros vieram palestrar, como foi o caso de Jotapê, do estúdio Artecomix, que veio falar sobre os 10 anos da Marvel, DC, da Editora Abril; Primaggio Mantovi, dirigente dos Estúdios Disney da Editora Abril, que distribuiu brindes e revistas da editora; e Eugênio Colonesse, um grande quadrinista de histórias mais densas e arte mais realista (como nas revistas clássicas de terror Emboscada Fatal e Mirza,  ambas de 1967).

Além das palestras, mesas redondas e exposições, o Festival do Gibi contou com atrações alternativas, como impressão de camisetas, venda de revistas em quadrinhos e produtos relacionados, oficinas de gravura, apresentação de vídeos, premiações. Segundo Márcia Squiba, “A Bienal Internacional de Quadrinhos e o Festival do Gibi foram dois marcos na história dos quadrinhos de Curitiba”.

Gibiteca no Solar do Barão, 1989

Ao final do Festival do Gibi, a Gibiteca voltou ao seu calendário normal de atividades. Em outubro realizou-se a performance Heroes, de autoria de Luiz Alberto Cruz, e interpretada pelo grupo teatral Companhia das Índias, sendo dirigida por Raul Cruz, por ocasião da abertura da exposição do Foca – como era conhecido Luiz Alberto Cruz.

Em novembro a Gibiteca realizou o Salão de Cartuns Ecológicos, promovido com o apoio da entidade ecológica Ecocatu Oby. O júri foi composto por Key Imaguire Jr, Luiz A. Guinski, Ademir Paixão e Julieta Fialho dos Reis. O vencedor foi Juvêncio Hilário Veloso, seguido de Lucas Augusto Nieri, sendo 3º lugar Álvaro Ruoso. Os prêmios foram fornecidos em “Bônus do Tesouro Nacional”, uma maneira de pagamento, devido à alta inflação da época: 130 BTN’s para o primeiro lugar, 110 BTN’s para o segundo e 75 BTN’s para o terceiro, patrocinado pelas Livrarias Curitiba. Também foram disponibilizados prêmios em camisetas patrocinados pela entidade ecológica.

Esse ano encerrou com a exposição de dezembro O Mundo Animal, de Marco Freitas.

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