Quadrinhos em Curitiba – 1990: 1ª Exposição Internacional de Fanzines, e Piratas do Tietê, de Laerte

Uma pesquisa de Fulvio Pacheco

Em maio de 1990 aconteceu a I Exposição Internacional de Fanzines, exposição de aproximadamente 2.500 fanzines vindos de vários estados do Brasil e exterior. Na abertura, presença de aproximadamente 1.200 pessoas. Um grande sucesso, segundo Márcia Squiba, “… escrevi para centenas de fanzines, do Brasil e exterior, para divulgar a exposição e convidá-los a participar, e a resposta foi surpreendente. Eu recebi milhares de fanzines, do mundo inteiro, e muitas pessoas vieram para abertura, onde tivemos (também) um festival de música, com várias bandas tocando, para todos os gostos”.

Estiveram presentes fanzineiros de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Minas Gerais, Belém, Salvador, EUA, Canadá e Londres. Aconteceram shows com as bandas Abaixo de Deus, Baseados na Lei, Missionários, Escroques, The Playmobillys, Septic Brain, Acidose e Paz Armada. O evento foi amplamente divulgado em jornais e TVs de Curitiba, pela Folha de São Paulo, Jornal de Brasília, Folha de Londrina e por diversos fanzines que circulam no Brasil. Todos os fanzines participantes passaram a fazer parte do acervo da Gibiteca de Curitiba e em julho de 1991 esse evento ganhou o prêmio HQ Mix. Segundo Márcia Squiba, “ …um evento que foi feito praticamente sem nenhum dinheiro (como a maioria dos eventos da Gibiteca) e teve uma resposta e uma repercussão enorme, tanto de público como de mídia”.

Studio na Colab55

Glauco, Márcia Squiba, Angeli e Laerte

Neste mesmo mês houve na Gibiteca o lançamento da revista Os Piratas do Tietê, de Laerte, com palestras do próprio Laerte, Angeli e Glauco. Essa publicação surgiu de um tipo de compilação de tirinhas, muito comum neste período, como vemos em Miguel Paiva, com Radical Chic e Ed Mort”, em Glauco, com Geraldão, em Angeli, com Chiclete com Banana, em Fernando Gonsales, com Níquel Náusea, e  em Luís Fernando Veríssimo, com as As Cobras. Essas tirinhas dos anos 80, que os grandes jornais brasileiros passam a inserir onde antes era espaço exclusivamente de material americano, transformaram-se em publicações de muito sucesso, e seus quadrinistas foram consagrados na área do humor. Laerte, um dos autores do Piratas do Tietê, voltou aqui por alguns meses, para ministrar um workshop na Gibiteca de Curitiba. Segundo Márcia Squiba, “Quando ele veio pro lançamento, decidimos fazer o workshop, que foi um sucesso, e acrescentou muito para todos os participantes…”.

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