I Bienal Internacional de Quadrinhos e 10 anos da Gibiteca

Uma pesquisa de Fulvio Pacheco

Não só o ano de 1992, mas a história da Gibiteca, ficou marcada pela Mostra da I Bienal Internacional de Quadrinhos. A ideia de fazer uma edição curitibana deste grande evento surgiu a partir do convite à coordenadora da Gibiteca, Márcia Squiba, para fazer parte do júri da Bienal Internacional de Quadrinhos no Rio de Janeiro, na modalidade de fanzine. O julgamento aconteceu no dia 26 de outubro de 1991 no Centro Cultural Banco do Brasil e, segundo ela, “… a partir daí começaram as negociações para trazer a Bienal para Curitiba. Não voltou a acontecer por falta de verba”. Então no ano seguinte, mas especificamente em abril, o evento migrou para Curitiba e contou com as seguintes exposições:

Fragmentos Complexos – Avenida Paulista, com ilustrações e estudos sobre essa avenida feitos por Luiz Ge.

Fragmentos Complexos – Avenida Paulista, de Luiz Ge

História da Marca, sobre o concurso para escolha da logomarca utilizada pela Bienal, feito pela Universidade Federal do Paraná.

Cartazes Cubanos, o resultado de uma atividade cultural realizada no 2º Encontro Internacional de Historietistas.

Studio na Colab55

Artistas Curitibanos, mostra dos artistas locais.

Guerra dos Farrapos, Flávio Coli

Restrospectiva Flávio Coli, um dos maiores quadrinistas brasileiros, de característica bem própria, e que trabalhou em revistas de terror e temas históricos, como a Guerra dos Farrapos e a História de Curitiba, já citados.

Retrospectiva Carlos Zéfiro, uma homenagem ao autor do gênero erótico brasileiro, surgido nos anos 50 e discriminado por causa dos chamados Catecismos, e que por serem pornográficos ficaram anônimos e só tiveram o autor revelado em 1991 pela revista Playboy. Esses folhetos pornográficos e clandestinos, com arte muito simples, decalcada de outros materiais, circulou por toda década de 50 entre os adolescentes.

Cem anos de Gibi / Anos 80, uma exposição apresentada de forma resumida sobre a produção brasileira.

Isto é a França, uma mostra de duas gravuras, cada uma realizada por doze artistas, acompanhada do currículo quadrinistico de cada um deles.

Os Ilustradores de Pinóquio, uma cronologia com os ilustrações feitas para este conto de fadas de 1881, que conta com 23 artistas, com gravuras que vão de 1883 até 1981.

Solano, Mottini e Breccia, mostra da parceria entre o gaúcho João Batista Mottini, o argentino Solano Lopez e o uruguaio Breccia.

E, por fim, a Retrospectiva Linus, enfocando essa revista italiana que surgiu em 1965 e existe até hoje, apresentando quadrinhos de alta qualidade, como A Valentina, de Crepax, e influenciando todo mercado editorial dos quadrinhos.

Coordenadora da Gibiteca, Márcia Squiba

Ao terminar a Bienal, entrou em seu lugar a exposição de ex-alunos dos cursos da Gibiteca, intitulada Diletantes do Barão, e, em julho, o Curso de RPG, orientado por Douglas Quinta dos Reis e Thaddeus Blanchete. Em agosto Helio Leites e o Grupo de Arte Postal produziu a exposição Distraídos Venceremos, em homenagem a Paulo Leminski.

O lançamento da revista Didi volta para o Futuro aconteceu em junho, com a presença dos autores: Primaggio Mantovi, Gustavo

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Machado, Marcelo Cassaro, Napoleão Figueiredo e Watson Portella.

Em dezembro foram comemorados os 10 anos da Gibiteca de Curitiba, com as seguintes exposições: 500 anos da América (coletiva de artistas paraguaios com a presença dos autores), Ilustrando os Contos de Andersen (de Luciano Buchmann) e Mostra de Auto Caricaturas (coletiva de artistas brasileiros). Também aconteceu o lançamento do Gibitiba nº 15.

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